Introdução:
Pensemos
da seguinte maneira. Se não existe nenhum padrão ou obrigação de termos um dia
separado para serviço de Deus, então como existiria a obrigação de nos
reunirmos e cultuarmos ao Senhor?
Desenvolvimento:
Se não
somos obrigados e não há necessidade nenhuma de parar um dia inteiro, então
qual momento temos para adorarmos em conjunto? Se o quarto mandamento não está
valendo, eu não tenho obrigação nenhuma de deixar de trabalhar para ir à
igreja. Se eu posso trabalhar de domingo a domingo, então eu nunca terei tempo
de qualidade com Deus.
Mesmo que se defenda o desigrejamento, ainda assim, não haverá problema se a pessoa nunca parar para cultuar. Se eu não preciso parar nenhum dia, então eu não preciso de tempo para culto. Sem obrigação de parar, não há obrigação de ter tempo, sem tempo, não há obrigação de culto. Alguém poderá objetar ainda que, um culto poderá ser realizado à noite, após um dia de trabalho, quando sobra tempo.
Será apenas isso que Deus requer de nós? Apesar de ser bom que se faça
isso, mas é só isso? Um tempinho antes de dormir? Contudo, se não há exigência
de parar, então pode-se trabalhar o dia todo e a semana toda. Mesmo sabendo que
é difícil, mas poderá acontecer sem nenhum problema. Percebe-se que a falta da
exigência de um tempo, leva à conclusão lógica da não obrigação de culto.
Mas a
coisa pode agravar mais ainda. Se ninguém tem obrigação de tirar um dia para um
culto de adoração em conjunto, então por que igreja? Mas haverá alguém para
dizer que o culto em conjunto não é obrigatório. Mesmo que Deus tenha
estabelecido a Tenda da congregação, o Tabernáculo e o Templo para que seus
servos o cultuassem, ainda assim professam que Deus não requer adoração em
conjunto. Fomos criados para adorar, essa é nossa maior missão. No porvir,
estaremos sempre adorando ao criador, esta é a essência de nosso ser. Jesus
visitou as Sinagogas, os Apóstolos fundaram e escreveram às igrejas, como então
dizer que a adoração conjunta não é algo que Deus requer de nós?
Mas se
o quarto mandamento não está valendo, a igreja perde completamente a razão de
existir. Não há necessidade porque, ao invés de ir à igreja, podemos trabalhar.
Se não há necessidade de igreja, então não há necessidade de Pastor, não há
necessidade de Presbíteros, não tem por que se falar em disciplina
eclesiástica, não há por que se falar em dons e talentos para igreja, não
haverá necessidade de batismos e a ceia, não há por que se falar em corpo e
aconselhamentos mútuos.
Como é
interessante ver que alguns pastores defendem que não há mais a validade do
quarto mandamento, mas querem defender seus postos de pastores e líderes de
igrejas. Eles não conseguem perceber que sem o quarto mandamento não haveria
igreja. Sem tempo, sem igreja. Essa é a conclusão lógica e simples. Então, quem
defende que o quarto mandamento caducou, deveria defender a inexistência da
igreja.
A
igreja é o corpo de Cristo (1Co 12.12-27), a família de Deus (Ef 3.14 e
4.19-22), a assembleia dos santos (Hb 12.22-24), a noiva do Cordeiro (Ef 5.32 e
Ap 21.9-10), os ramos de uma vinha (Jo 15.5). A igreja é um povo, não um lugar,
nem uma estatística. É um corpo unido a Cristo, a qual é a cabeça. É uma
família unida por adoração por meio de Cristo.
Se não
há tempo para culto, a igreja e muitas outras coisas perdem o sentido. É
preciso perceber o quão grave é defender a perda de validade do quarto
mandamento.
Conclusão:
Deus
nos criou para adoração. Isto pode ser feito em casa, sim, porém, é na reunião
dos crentes, no ajuntamento que isto se torna evidente. O quarto mandamento foi
instituído para que o homem pare um dia dos seus afazeres e possa prestar um
culto em comunhão com os irmãos.
Deixo
claro que minha defesa do quarto mandamento é como aliancista e não como defensor do
movimento adventista. Entendo que o quarto mandamento na nova aliança se refere
ao dia em que Cristo completou sua obra e nos deu a redenção. Este dia é o
primeiro dia da semana. Dia da ressurreição de Cristo, dia em que os primeiros
cristãos se reuniam em adoração. O quarto mandamento é o mandamento do culto.
Toda base para o culto e a igreja reside na plena validade de sua obrigação.
Pensemos
nisso!
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