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A igreja precisa de reforma

Jeremias 7.1-15

 

Introdução:

Há mais de 500 anos tivemos um dos maiores movimentos da história.

A Reforma Protestante foi necessária em um momento que a igreja vivia completamente afastada da Bíblia.

A igreja estava vivendo de aparência e religiosidade. Os rituais eram impecáveis, mas o coração completamente distante de Deus.

Adoração a imagens, venda de indulgências, penitências, missas para mortos, etc.

A reforma da igreja era necessária.

Infelizmente a igreja de hoje precisa de constante reforma.

Desenvolvimento:

Jeremias 7 contém um dos grandes sermões de reforma na história do povo de Deus. É chamado de Sermão do Templo. Deus lhe ordenou que fosse pregasse no templo.

O Senhor queria que o sermão fosse ouvido pelo maior número de pessoas, por essa razão deve ter sido em dia de festa. 

O povo estava em uma profunda crise espiritual.

Sua mensagem era muito simples.

“Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Emendai os vossos caminhos” (Jr 7.3).

A mensagem de Jeremias não foi apreciada. Tendo Jeremias acabado de falar, lançaram mão dele dizendo: serás morto.

O mesmo aconteceu com Lutero quando começou a pregar seus sermões de reforma.

Quando a verdade é pregada, a tendência é que as pessoas fiquem com raiva ou se dobre a ela. 

Uma esperança falsa

O que tinha de tão ruim na mensagem de Jeremias? 

“A observância religiosa sem obediência não pode salvar”.

A mensagem de Jeremias foi comunicada a um povo religioso. As pessoas estavam indo para o templo visando oferecer sacrifícios a Deus.

As pessoas eram devotas. Eram “fiéis de igreja”. Porém, tinham depositado sua confiança nas aparências exteriores da religião. Pensavam que bastava ir à igreja.

“Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este” (7.4b).

O povo tomou sua fé no Deus vivo e a reduziu à fé num edifício. Eles acreditavam que o templo em Jerusalém os manteria seguros. Pensavam que a promessa quanto ao templo lhes dava a liberdade de serem imorais.

O templo tinha se tornado uma superstição. Bastava com suas obrigações religiosas, poderiam fazer o que quisessem. Achavam que Deus nunca os puniria pelos seus pecados.

Não viva de aparência

A mensagem de Jeremias é uma forte advertência para quem vive de aparência. Alguns colocam sua confiança na frequência à igreja e dizem, “Eu vou à igreja, eu vou à igreja, eu vou à igreja”. Vivem um evangelho de “domingo”.

Passam a semana sem se lembrarem de Deus. Negociam com o erro, se associam com pecadores. E pensam que está tudo bem no domingo.

Não havia absolutamente nada de errado com o templo em Jerusalém. O povo de Deus deveria, sim, ir até lá adorar. Mas não ponha sua confiança nessas coisas. Não confie na assiduidade à igreja. Não basta apenas cantar e chorar no domingo.

Como é a sua vida durante a semana longe da igreja?

Uma vida de pecado

O povo de Deus estava confiando na religiosidade superficial para salvá-los. Porém, não era só esse o problema.

O povo de Deus não era obediente. Eles estavam vivendo em pecado.

Eles diziam a Deus: “o templo, o templo, o templo”. Mas Deus dizia a eles “se, se, se”: “Se deveras emendardes os vossos caminhos..., se deveras praticardes a justiça..., se não oprimirdes o órfão, e a viúva..., nem derramardes sangue inocente..., nem andardes após outros deuses...”. (7.5-7)  

Eles violavam todos os mandamentos e então iam adorar na casa de Deus como se nada tivesse acontecido. Pensavam que poderiam passar seis dias quebrando os mandamentos, contanto que passassem um dia na igreja.

Ainda existem pessoas que nem no domingo querem mais estar na igreja.

Como podiam fazer todas essas coisas “e depois vindes, e vos pondes diante de mim nesta casa que se chama pelo meu nome, e dizeis: Estamos salvos; sim, só para continuardes a praticar estas abominações!” (v. 10).

O povo de Deus usava o templo de Deus como um refúgio. Isso é o que muita gente faz hoje. Fazem do domingo um dia para afagar suas consciências. Um refúgio para o pecado da semana.

É por isso que o Senhor diz: “Será esta casa que se chama pelo meu nome um covil de salteadores aos vossos olhos?” (v. 11a).

O povo de Judá não se importava com o que eles faziam durante a semana. A igreja vive em grande perigo de se tornar em religiosidade externa.

Deus não é tolo. Nunca. O povo não poderia se esconder, porque Deus os tinha sob vigilância constante: 

“Eis que eu, eu mesmo, vi isto, diz o Senhor” (Jr 7.11b). 

Deus é onisciente. Ele sabe quando as pessoas entram em sua casa com a vida suja. O que Deus está dizendo é que não adianta a adoração no domingo se não mantém uma vida santa na semana. O culto deve ser um reflexo de nossa vida diária.

Uma lição da história

Mas o que acontece se uma igreja se recusar a consertar seus caminhos? 

Jeremias explicou fazendo uma volta ao passado: “Ide agora ao meu lugar que estava em Siló, onde, no princípio, fiz habitar o meu nome, e vede o que lhe fiz, por causa da maldade do meu povo de Israel” (v. 12). 

O que havia para ver em Siló? Quase nada. Siló era o primeiro lugar onde Deus fez sua habitação em Israel. Muitos anos antes, “reuniu-se toda a congregação dos filhos de Israel em Siló, e ali armaram a tenda da congregação” (Js 18.1a).

A tenda da congregação era onde estava a arca da aliança, a arca que continha a presença terrena do Deus Todo-Poderoso. Siló foi destruída duas vezes – uma pelos filisteus e outra pelos assírios.

Ao dizer ao povo que fosse à Siló, Jeremias estava sugerindo que fossem para o lugar onde Deus não está mais. Siló é o lugar onde Deus já esteve e não está mais.

Como Asafe escreveu: “Deus ouviu isso, e se indignou, e sobremodo se aborreceu de Israel. Por isso, abandonou o tabernáculo de Siló, a tenda de sua morada entre os homens” (Sl 78.59-60). 

Siló representa a ausência e o abandono de Deus. O povo de Jerusalém pensava que esse desastre nunca lhes aconteceria.

“Temos o templo do Senhor, o templo do Senhor, o templo do Senhor”, diziam eles. Sabiam o que tinha acontecido com Siló, mas não percebiam que poderia acontecer com eles também. Lembravam de todo o tempo e esforço que tinham investido na reparação do templo.

Todas as arrecadações que fizeram, toda a madeira que compraram (2Rs 22.3-7) – e nunca podiam imaginar o templo sendo destruído. Porém, eles estavam errados.

Tinham depositado sua confiança nas aparências exteriores da religião.

“Farei também a esta casa que se chama pelo meu nome, na qual confiais, e a este lugar, que vos dei a vós outros e a vossos pais, como fiz a Siló”. (Jr 7.14). 

Deus estava abandonando aquele templo. Não importava o quanto tenha custado. Deus não estaria mais naquele lugar. Observância religiosa sem obediência não pode salvar. 

As ruínas de Siló eram como uma advertência no tempo de Jeremias. Mas também serve para nossa advertência.

Existem Silós espalhados em toda parte do nosso tempo. Lugares onde se adorava a Deus e hoje não adora mais. Lugares onde existia uma igreja e hoje não existe mais. Existem muitas igrejas hoje, porém, poucas pode desfrutar da presença de Deus. Igrejas que se tornaram refúgio para aparência e pecado. Lugares onde o conselho de Deus era pregado. Mas são todos lugares onde Deus não é mais adorado. 

Nenhuma igreja tem a garantia da permanência da presença de Deus. Não há nada de sagrado nos edifícios. As estruturas da igreja não fornecem proteção no dia do juízo. Só existe uma maneira de Deus continuar conosco. Enquanto permanecermos fiéis a Deus, nossa igreja não se tornará uma Siló.

Aplicações:

Precisamos endireitar nossos caminhos (reforma).

A verdadeira mensagem bíblica não é muito aceita.

Não adianta viver de aparência.

Venha adorar no domingo. Porém, como um reflexo da semana.

A nossa igreja não será Siló.

 

 


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