Lucas 9.57-62
Introdução:
Muitas coisas nesta vida fazemos sem analisar se
realmente é aquilo que queremos. Agimos, muitas vezes, sem perceber os
problemas e as dificuldades que enfrentamos e por isso muitos desistem daquilo
que começou.
Muitos são levados por emoção, facilidades e falsas
expectativas que o atraem para iniciar muita coisa, porém, por não ter
realmente analisado direito, terminam por abandonar seus projetos.
Um evangelho falsificado e igrejas que comercializam
a fé estão cheias de atrativos para muita gente que esperam receber algo em
troca da sua presença.
Pregam um evangelho de riquezas, prosperidades, sem
doenças. Tudo o que as pessoas estão querendo para se satisfazerem.
Um ensino totalmente contrário o que as Escrituras
dizem tem levado muita gente a se tornar discípulo de Cristo sem calcular o
verdadeiro custo do discipulado cristão e esperar promessas que Deus nunca fez.
Qual será a nossa motivação de seguir a Cristo? Será
que também não estamos apenas atrás de algo que possa nos satisfazer? Você
analisou realmente o que Cristo exige de cada um de nós?
Desenvolvimento:
No contexto de Lucas 9 diferentes reações a Cristo
podem ser encontradas. Existiam aqueles que acreditavam que Jesus era um
profeta e tinham uma reação de indiferença a Ele.
Havia aqueles que acreditavam que Cristo era
realmente Deus e por isso o seguiam. Também, aqueles que o rejeitavam
deliberadamente como os Samaritanos.
E existiam aqueles que procuravam segui-lo sem
motivação verdadeira, mas atrás de outras coisas. Diz o texto que Jesus seguia
em direção a Jerusalém e encontra-se com alguns candidatos a discípulo com quem
estabelece diálogo.
Temos aqui nesta narrativa três pessoas aparentemente
dispostas a seguir a Cristo. Neste pequeno diálogo que Jesus estabelece com
estas pessoas podemos observar três características necessárias para seguir a
Cristo com a motivação correta.
A resposta de Jesus a cada um destes homens constitui
numa preciosa lição sobre discipulado cristão.
1. Desprendimento:
O primeiro homem que se apresenta diante de Cristo é
o mais disposto de todos. Ele está decidido a seguir o mestre e expõe o seu
desejo de caminhar com Cristo.
Verso 57 “Indo eles caminho fora, alguém lhe
disse: Seguir-te-ei para onde quer que fores”. Esta é uma declaração
notável e admirável.
A ideia de que este homem nos passa é que sua vontade
era de seguir o mestre para sempre. Não se tratava de seguir por um tempo ou
algum lugar, mas era para onde Cristo fosse.
Ele sempre estaria lá, perto do mestre. Era uma
disposição sem limites. Parece uma disposição sincera. Cristo não proíbe aquele
homem, porém, ele o precisava advertir.
A conjunção adversativa, “mas” estabelece uma relação
de contrariedade entre a pergunta e a resposta. Ela aponta para o fato que
existe algo a ser considerado.
Verso 58 “Mas Jesus lhe respondeu: As raposas
têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde
reclinar a cabeça”.
A resposta de Cristo aponta para sua humildade e
deveria levar o homem a refletir sobre o custo do discipulado.
Se ele realmente desejasse ser discípulo, ele deveria
saber que Cristo exige autonegação, desprendimento e sacrifício. Ao contrário
das raposas e das aves que tinham seus lares, o Filho do Homem não tinha nem
sequer um travesseiro para reclinar a cabeça.
A resposta de Cristo é um duro golpe àquele homem.
Talvez aquele homem tivesse visto tantos milagres acontecendo que ele esperava
que poderia se dar bem seguindo a Cristo.
Talvez ele pensasse em riqueza, fartura e
prosperidade para ele. Porém, Cristo acaba sua motivação ao dizer que não tinha
onde reclinar a cabeça. Ele não parara para pensar no custo de seguir a Cristo.
Ele não sabia que tinha que ter desprendimento. Ele
não sabia que tinha uma cruz para carregar. Ele não sabia que teria que lutar
contra o mundo e a sociedade pervertida.
Como este homem, existem hoje também muitas pessoas
que estão atrás de igrejas que possam lhe encher de falsas expectativas.
Igrejas que prometem uma vida mansa cheia de riquezas e prazeres. Não é esta a
motivação correta. Não é isso que deve pensar o verdadeiro discípulo de Cristo.
2. Urgência:
O segundo homem foi chamado por Cristo, e embora
tenha se disposto a ser discípulo, impôs uma condição. Verso 59 “A
outro disse Jesus: Segue-me! Ele, porém, respondeu: Permite-me ir primeiro
sepultar meu pai”.
Na verdade, aqui este homem não estava falando que
seu pai acabara de morrer e queria sepultá-lo. Para os judeus a cerimônia
fúnebre era algo muito importante.
Ele nem estaria neste lugar conversando com Cristo se
isto tivesse acontecido. O que realmente este homem queria era viver a vida um
bom tempo até a morte de seu pai, então ele poderia seguir a Cristo a partir
daí.
Ele queria cuidar das suas coisas para quem sabe, um
dia virar discípulo de Cristo. Ele então recebe a resposta de Cristo: Verso 60
“Mas Jesus insistiu: Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos.
Tu, porém, vai e prega o reino de Deus”. A resposta dada por Cristo revela
urgência no discipulado cristão. Não se pode deixar para daqui a um tempo, ou
um mês, ou para amanhã.
O chamado de Cristo é para hoje. Não há nada mais
importante do que seguir a Cristo. Não há nenhuma atividade neste mundo que
possa preceder ao reino de Deus.
Cristo não pode esperar. Infelizmente hoje em dia
quer fazer Cristo esperar para poder segui-lo. Muitos dizem querer curtir a
vida e quando estiver velho talvez seja um cristão.
Porém, tem que entender que este dia pode nunca
chegar. Quem sabe não tenha mais oportunidade de ser um discípulo de Cristo.
Lawson, Steven: “Pois como sabes tu, ó homem,
se o próximo passo que tomares será para o inferno? A morte poderá te agarrar,
o juízo te encontrar, e então o grande abismo se fixará entre ti e a glória
infinda, para sempre e sempre. Pensa nestas coisas, tu que ainda estás
indisposto a caminhar com Deus. Põe essas coisas em teu coração”.
Não existe nada comparado ao reino dos céus que
Cristo promete aos seus discípulos. Não há nenhuma prioridade neste mundo que
possa ser trocado pela companhia de Jesus. A hora é esta. A chance é esta e não
pode ser desperdiçada por nada.
3. Exclusividade:
O terceiro homem da narrativa, assim como o primeiro,
livremente se dispôs a seguir a Jesus. Porém, sua diferença em relação ao
primeiro, que tinha uma disposição ilimitada, é que ele anexou uma condição à
sua disposição.
Verso 61 “Outro lhe disse: Seguir-te-ei,
Senhor; mas deixa-me primeiro despedir-me dos de casa”. O que nos
parece é que este homem queria informar e formalizar o desejo de seguir a
Cristo à sua família.
Aparentemente um desejo legítimo tendo em vista que o
ensino bíblico recomenda e exige respeito e consideração para com a família.
Porém, temos que interpretar esta passagem partindo
do ponto que Cristo conseguia ver o que nós não podemos ver. Ele podia
esquadrinhar os corações e discernir as intenções daquele homem.
Cristo então responde: verso 62 “Mas Jesus
lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto
para o reino de Deus”.
Esta resposta mostra que Cristo detectou que o
terceiro candidato a discípulo estava com o coração dividido. Ele não tinha uma
completa convicção do que queria.
Cristo sabia que este homem não estava apto a
caminhar sem voltar os olhos para trás. Este homem não podia caminhar em frente
sem mostrar um certo desconforto, um certo arrependimento e sem mostrar
exclusividade.
Ele estaria sempre olhando e tendo saudades do que
havia deixado. Um agricultor que começa a arar a terra e não se concentra no
seu trabalho, olhando firmemente na direção em que está arando, não conseguirá
fazer seu trabalho corretamente.
Ser discípulo de Cristo requer exclusividade. O
discípulo tem que permanecer concentrado na sua missão. Não é possível olhar
para trás e se distrair com qualquer outra coisa.
Ainda que possa parecer lícito, nada pode tomar a
prioridade de seguir a Cristo. Lazer, trabalho, família, estudo, estas coisas
são boas, mas podem se transformar em ídolos se desviar nossa prioridade do
reino de Deus.
Muitos que se dizem discípulos de Cristo tem colocado
outras prioridades na sua vida. Estudo, namoro, família, lazer, atrapalha o
caminho.
Trocam a oportunidade de culto por novela, namoro,
estudo, preguiça. Cristo não aceita ser trocado ou dividido com outra coisa.
Ele exige exclusividade.
Conclusão:
Com certeza ser discípulo de Cristo é a maior alegria
que alguém pode ter. É experimentar a verdadeira felicidade. Os prazeres do
mundo são momentâneos e o afastam de Cristo.
Jesus exige desprendimento, urgência e exclusividade,
mas Ele nos oferece uma coroa no final. Algo incomparavelmente melhor do que
esta vida na terra.
É isto que devemos mirar. Este é o nosso alvo.
Analise a sua motivação de seguir a Cristo. Reflita se cumprimos com estas
exigências ou estamos atrás de outras expectativas.
Precisamos decidir agora. O chamado é urgente. Ser
discípulo com a verdadeira motivação e não deixar que nada atrapalhe nossa
comunhão com o Senhor.
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