A menina da foto
A história de Kim Phuc Phan Thi – A menina da Foto – nos traz lições
preciosas a respeito da providência de Deus e do poder do perdão.
Era 08 de junho de 1972 quando um avião americano lançou uma bomba
de napalm para atacar a aldeia de Trang Bang (Vietnã do
Sul - capitalista) acreditando ser um refúgio de vietcongues (Vietnã do Norte -
comunista). Os EUA lutavam em favor das tropas do Vietnã do Sul. Kim tinha 8
anos quando isto aconteceu.
O napalm se infiltrara fundo na pele, queimando tudo em seu
caminho. “Fui cozida até os ossos e, naquele momento, o que eu mais
queria na vida era escapar de tamanho tormento”, Diz Kim
Phuc.
Somente Cristo
Kim Phuc era da religião Cao Dai. O caodaísmo se apresenta como uma fé
universal, que reconhece em todas as religiões “a mesma origem divina, que é
Deus, ou Alá, ou Tao, ou o Nada”. Esta religião faz quatro cultos por dia: à
meia-noite, chamada de Hora do Rato; às seis da manhã, a Hora do Gato; ao
meio-dia, a Hora do Cavalo; e ao pôr do sol, a Hora do Galo.
A garota da foto passou por dezesseis cirurgias e mais uma décima sétima
operação ocorreria na Alemanha muitos anos depois, quando já tinha 21 anos.
Dez anos haviam se passado desde o ataque de napalm, quando jornalistas
bastante conhecidos, de diversos países, foram chamados para perguntar como a
menina estava. O aniversário de dez anos da foto era, sem dúvida, um grande
atrativo para a mídia.
Kim Phuc havia se tornado famosa e vigiada pelo governo Norte-Vietnamita.
Ser sua amiga colocaria qualquer pessoa em risco. Sem poder ter amizades e com
muito sofrimento, ela passou a recorrer à sua religião. Após anos de orações
não respondidas, ficou claro para ela que, ou eles não existiam, ou não se
importavam em ajudar.
Uma conversão
singular
Em certo dia, Kim Phuc, quando tentava se esconder em uma biblioteca de
Saigon, ela buscava livros sobre religião. Havia livro sobre o budismo,
hinduísmo, islamismo e um exemplar do Novo Testamento, da Bíblia cristã. Passou
a ler a Bíblia com vontade, onde leu que Jesus se apresenta como o caminho, a
verdade e a vida. “O quê? Como assim? Que posição ousada Jesus assumiu
ao alegar ser o único caminho existente!”, exclama ela.
Ela nunca ouviu falar desse aspecto de Jesus. No Cao Dai, Jesus foi
apresentado como mais um de vários profetas.
A menina procurou um pastor para fazer várias perguntas sobre sua
descoberta de Jesus. Missionários dos Estados Unidos e da Inglaterra haviam
forjado o hábito de visitar essa vila, distribuir Bíblias em idioma vietnamita
e explicar para os habitantes locais como ter um relacionamento pessoal com
Jesus e como crescer nesse relacionamento por meio da leitura das Escrituras.
Kim Phuc se rendeu à Jesus e passou a ser guiada por uma nova vida aos
pés de Cristo. Ao fazer isto, ela ganhou o desprezo de sua família. “Tenho
vergonha de chamá-la de filha. Você vai pagar por isso, Phuc!” Disse
sua mãe.
Kim Phuc teve a firmeza em dizer: “Mãe, quando encontrei Jesus, a
alegria e a paz que eu vinha buscando apareceram de repente. Senti-me consolada
no mais fundo do meu ser. É só em Jesus que se pode achar paz verdadeira, mãe!
Como eu poderia dar as costas a ele, depois de ter me dado algo tão essencial?”
Uma nova chance
Aos 29 anos, em um período morando em Cuba (ela só podia visitar países
comunistas), ela conhece um homem e casa-se com ele. Toan era do Vietnã do
Norte. Receber alguém do Vietnã do Norte seria uma afronta maior à sua família.
Em uma viagem de Cuba à Rússia, Kim Phuc, sabia que faria uma pausa para
abastecer o avião no Canadá. Ela conseguiu convencer seu marido para a
deserção. Eles não voltaram para o avião após o tempo de abastecimento e
apresentaram formalmente seu pedido às autoridades do aeroporto. Eles passam a
viver no Canadá e pouco a pouco se estabelecem financeiramente. Agora era hora
de investir na pregação ao seu esposo. Toan, que era um Caodaísta, beberrão e
fumante, tem um encontro com Cristo e rende-se aos seus pés.
O poder do perdão
Um certo momento, Kim Phuc resolve fazer uma lista de nomes de pessoas
que lhe fizeram mal. “Perdoá-los? Pode esquecer! Não tem jeito. O
cristianismo é algo difícil demais”, disse Kim Phuc.
Ela lutava com a perspectiva de aceitar e colocar em prática as
instruções bíblicas tão elevadas. Os males cometidos foram atrozes demais.
Perdoar malfeitores poderia dar licença para seus pecados ou até mesmo
aprová-los.
Kim Phuc tem um dilema em sua mente: “Trilharia a estrada
pavimentada com vida, paz e alegria ou se optaria pela rota marcada por
sofrimento, amargura e raiva. Eu entregaria minha vida ao senhorio de Jesus ou
não? Que caminho eu escolheria?”
O capitão John Plummer era um veterano norte-americano da Guerra do
Vietnã que viu a história de Kim ser contada em um programa de televisão. Ao
ver a foto, o capitão do exército teve lembranças terríveis da guerra. Ele
havia coordenado o lançamento das bombas de napalm naquele dia na Rodovia em
Trang Bang. Agora pastor, o reverendo Plummer disse: “Kim, eu lamento
muito. Sinto muitíssimo pelo que fiz. Será que você consegue me perdoar?” Kim
Phuc disse: — “Está tudo bem. Eu perdoo. Eu perdoo.”
O
coração de Kim não estava mais irado. Ela não buscava mais a vingança. A lista
de inimigos havia se tornado sua lista de oração.
O poder da oração
Seus pais conseguem sair do Vietnã para visitar Kim no Canadá. Nesta
visita, mãe e filha conseguem se aproximar novamente. Tanto o pai quanto a mãe
aceitaram a Jesus como Salvador no culto realizado na véspera do Natal. Eles
começaram a ler as Escrituras e a orar juntos diariamente antes de começar os
deveres diários.
A mãe de Kim queria desesperadamente voltar para o Vietnã, fazer com que
todos seus familiares conhecessem Jesus. “Vou voltar para o Vietnã e
fazê-los seguir a Jesus — disse com ênfase. — Sou a mãe de
todos, afinal de contas!”
Ela não conseguiu ir para o Vietnã, mas passou a orar com fervor dia e
noite para que seus outros sete filhos chegassem ao conhecimento de Jesus
Cristo como Salvador e dedicassem a vida a ele. Cinco ou seis vezes por dia,
ela se retirava, encontrava um lugar calmo da casa e derramava seu pedido
perante Deus. No ano de 2004, todos os seus filhos haviam aceitado a Jesus.
A redenção
Hoje Kim vive feliz com seu marido e dois filhos no Canadá. Participa de
conferências mundiais pela Unesco. Onde quer que vá, ela não tem medo de falar
de Jesus. Sua vida é um testemunho que Deus tem seus meios para chamar cada um
de seus escolhidos. Mesmo onde menos esperamos, em lugares que achamos
difíceis, das maneiras mais improváveis, Deus tem o comando da história.
Como ela mesmo diz: “Aquelas bombas me levaram a Cristo”.
Depois de sua quase morte pela bomba, depois de todo sofrimento causados
pelos efeitos do napalm, depois de toda perseguição de líderes comunistas que
tomaram tudo de sua família, hoje, Kim tem a felicidade de ter um esposo, dois
filhos e toda sua família entregues a Cristo. Que história!! Quem esperaria
este final? Que confiemos em Deus e saber que, em meio à tragédia, Deus pode
nos conduzir à vitória.
2Coríntios 4:17-18 “Porque
a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória,
acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se veem, mas
nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem
são eternas”.
“Mas a verdade é esta: somente Deus tem o poder de fazer justiça aos
males que conhecemos. E carregar ódio e amargura significa renunciar a uma vida
bonita. Aproxime-se de Deus. Escolha amar a Deus. Apoie-se na força
sobrenatural de Deus, sabendo que esse é o único meio de fazer coisas
sobrenaturais. Renuncie ao ódio. Renuncie à amargura. Deixe Deus fazer o que só
pertence a ele”. Kim Phuc
Nick Ut (fotógrafo do dia da
bomba) teve um reconhecimento muito grande em 1973, o prêmio Pulitzer por
Fotografia de Última Hora (hoje chamado de Reportagem Fotográfica). A
Associated Press dera à foto o título “O terror da guerra”.
Bibliografia:
Thi, Kim Phuc Phan. A menina da foto. Editora Mundo Cristão. Edição do Kindle.
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