Daniel 1.1–21
Introdução:
Como cidadãos dos
céus, os cristãos vivem como estrangeiros e peregrinos no mundo.
Frequentemente somos
forçados a entrar no molde mundano.
Ele quer que nos
conformemos aos seus valores e padrões para não ficarmos fora da multidão.
A pressão está sobre
nós na escola e no trabalho, para sermos como os demais.
É esperado que
possamos rir de certos tipos de piadas.
Para sermos
promovidos, somos pressionados a deixar nossos valores e crenças religiosas.
Temos que escolher
diariamente se faremos parte deste mundo ou contra ele.
A fidelidade de Deus
no julgamento
O primeiro aspecto
da fidelidade de Deus foi no julgamento.
O exílio de Judá não
foi meramente um acidente do destino.
Não foi resultado
das políticas expansionistas do império da Babilônia.
Daniel deixa claro
que o exílio veio porque o Senhor entregou o rei Jeoaquim ao poder de
Nabucodonosor.
Deus entregou seu
povo nas mãos de seus inimigos.
O Senhor havia
avisado a Israel da consequência certa de seus pecados.
O Senhor fez uma
aliança com Israel.
Uma aliança que
incluía bênçãos para a obediência e maldições para desobediência.
Lv 26 “Espalhar-vos-ei
por entre as nações e desembainharei a espada atrás de vós”.
Devido à
desobediência e rebelião contra Deus, o Senhor finalmente o entregou ao poder
de seus inimigos.
O exílio de Judá foi
também o cumprimento específico da profecia de Isaías em 2Reis 20.18.
“Dos teus próprios
filhos, que tu gerares, tomarão, para que sejam eunucos no palácio do rei da
Babilônia”.
O rei Ezequias
resolveu mostrar todos os tesouros de Israel ao rei da Babilônia.
Por essa ação, foi
duramente condenado pelo profeta Isaías.
Ezequias estava
respondendo positivamente ao pedido de aliança com a Babilônia.
Ele tinha medo da
Assíria e procurava alianças.
A política tomou o
lugar da confiança no Senhor.
Essa não é meramente
uma tentação antiga.
Pessoas modernas
também podem ser tentadas a colocar suas esperanças em alianças políticas.
A palavra de
julgamento de Isaías sobre a estratégia de Ezequias foi específica e severa.
Como Ezequias teve
em vista preservar seus tesouros por confiar na Babilônia, os babilônios viriam
e levariam tudo (2Rs 20.17).
“Eis que virão dias
em que tudo quanto houver em tua casa, com o que entesouraram teus pais até ao
dia de hoje, será levado para a Babilônia; não ficará coisa alguma, disse
o Senhor”.
Longe de assegurar
segurança, sua aliança resultaria em tragédia.
Essa é uma palavra
específica de julgamento cumprida nos versos iniciais do livro de Daniel.
Nabucodonosor, rei
da Babilônia, veio a Jerusalém, levou os tesouros do templo de Deus e os pôs na
casa de seu próprio deus (Dn 1.2).
Ele tomou alguns da
família real e da nobreza e os pôs como eunucos (1.4).
O julgamento divino
sobre a linhagem de Ezequias foi realizado como Isaías havia dito.
Julgamento e
esperança
Reconhecer que o
julgamento vem de Deus traz uma margem de esperança.
Seu futuro não
estava sendo controlado pela Babilônia, mas pelo Senhor, o Deus do céu.
Aquele que os havia
mandado para o exílio também prometeu estar com eles.
Durante os piores
momentos, a vida frequentemente parece fora de controle.
Mas a realidade é
que toda a nossa experiência nesse mundo descansa sob o controle de Deus.
O pardal não cai no
chão sem a sua permissão (Mt 10.29).
Nenhum ato
pecaminoso jamais pegou Deus de surpresa ou frustrou sua soberana vontade.
Tudo o que
experimentamos na vida, não importa quanto seja difícil, é o propósito de Deus
para nós.
Cada circunstância
perfaz o meio pelo qual o Senhor alcança seus santos alvos.
Ele não nos
abandonou ou nos esqueceu.
Pelo contrário, ele
andará conosco através destes desafios e nos preservar.
Resistindo à
reprogramação
Então foi a vontade
de Deus que Daniel e seus três amigos fossem exilados na Babilônia.
Os quatro foram
expostos a um intenso programa de reeducação.
Primeiro, tiveram
seus nomes mudados.
Eram nomes hebraicos
com claras referências à Yahweh.
Daniel (Deus é meu
juiz), Ananias (o Senhor é gracioso), Misael (Quem é como Deus?) e Azarias (o
Senhor é ajudador).
Eles receberam nomes
pagãos babilônicos: Beltessazar, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego.
Segundo, eles foram
instruídos na língua e literatura dos babilônios.
Terceiro, eles foram
supridos pela mesa do rei, com uma porção diária de comida e vinho.
No final de três
anos ficariam a serviço de Nabucodonosor (1.5).
Isto nos proporciona
uma figura da estratégia do mundo na reprogramação espiritual.
O alvo era apagar,
da mente destes jovens, toda a memória de Israel e de seu Deus.
É desta forma que o
mundo opera hoje.
Opera pela sedução e
engano, fazendo-os esquecer de Deus.
Ele deseja controlar
o processo educacional para que nossas crianças cresçam imersas em sua
cosmovisão e filosofia de vida.
Reconhecer a
estratégia babilônica ajuda-nos a ver e avaliar a estratégia de resistência
formulada por aqueles quatro jovens.
Dentro do possível,
aqueles jovens procuraram trabalhar no sistema em que foram colocados.
Sendo bons cidadãos
da Babilônia, bem como dos céus.
Isto nos lembra de
que não devemos formar guetos cristãos, isolados no mundo à nossa volta.
Pelo contrário,
devemos ser ativos em perseguir o bem comum da comunidade na qual Deus nos
coloca, não importa o quanto isso nos desafie.
Mantendo identidade
dupla
Ao mesmo tempo em
que os jovens serviram à comunidade babilônica, eles também resistiram ao
processo de assimilação babilônica.
Eles não se
recusaram a responder por seus nomes babilônicos, mas mantiveram seus nomes
judaicos (e suas identidades).
Eles preservaram
seus nomes hebreus entre si como uma marca de quem realmente eram.
Eles viveram com
dois nomes como um lembrete de sua dupla identidade.
Precisamos
aproveitar toda oportunidade que tivermos com nossos colegas de exílio.
Juntos, podemos nos
ajudar mutuamente a manter a memória do céu mais forte.
Nós nos lembramos de
nossa verdadeira cidadania quando, semana após semana, nos reunimos em nossas
igrejas.
Lá, falamos de nossa
verdadeira terra natal e nos lembramos dos céus.
Não simplesmente nos
ajuntamos para aprender, mas também para sermos apontados na direção de nosso
verdadeiro lar.
O foco primário da
nossa reunião é fixar nossos olhos juntos no reino do céu, nosso verdadeiro
lar.
Isso é feito à
medida que os sinais do reino são mostrados em nossos cultos públicos.
Pela pregação da
Palavra e na celebração dos sacramentos.
À medida que a
Palavra é pregada, somos confrontados com o mundo.
No batismo, o sinal
da cidadania celeste é colocado sobre nós e nossas crianças.
Na Ceia do Senhor,
relembramos que custo nossa cidadania foi conseguida por Cristo.
Todas essas coisas
nos ajudam a preservar e relembrar nossa verdadeira identidade.
Dependentes de Deus
Os jovens resolveram
não comer da comida da mesa real.
Parece que aqui o
problema não era porque a comida podia ter sido oferecida a um ídolo, pois, os
vegetais entrariam também.
Talvez não fosse
porque poderia ter alguma comida proibida.
Iain Duguid fala que
talvez eles tenham resolvido somente aquilo que crescia naturalmente.
Ou seja, resolveram
comer o que vinha de Deus e não do preparo babilônico.
O objetivo era estar
lembrando que sua comida dependia de seu Criador, não do rei Nabucodonosor.
A dependência da
rica comida de Nabucodonosor poderia contaminá-los.
Eles pediram
permissão ao cozinheiro-chefe para personalizar seu plano de dieta (Dn 1.8).
Ao final do período
de teste, seu progresso poderia ser avaliado.
Surpreendentemente,
no final daquele tempo, Daniel e seus amigos pareciam mais saudáveis.
A misericordiosa
fidelidade de Deus
O foco deste
capítulo, entretanto, não é simplesmente a fidelidade destes quatro jovens, mas
a fidelidade de Deus para com eles.
Foi Deus quem fez
com que eles encontrassem misericórdia aos olhos de seus captores (Dn 1.9).
“Ora, Deus concedeu
a Daniel misericórdia e compreensão da parte do chefe dos eunucos”.
Foi Deus quem deu
aos quatro, conhecimento excepcional, entendimento e aprendizado da literatura
babilônica.
Foi Deus quem deu a
Daniel a habilidade única de discernir sonhos e visões de todo tipo.
1:17 “Ora, a
estes quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em toda cultura e
sabedoria; mas a Daniel deu inteligência de todas as visões e sonhos”.
Deus então os
colocou em uma posição única onde pudessem ser uma bênção naquele exílio.
Se o Senhor pôde
manter esses jovens fiéis a ele, então é obviamente capaz de nos manter fiéis a
ele em nossas dificuldades.
Não importa quão
esmagadora a nossa situação possa parecer, Deus é capaz de nos sustentar.
Isto é trabalho dele
do começo ao fim, e ele o fará.
Assim, somos
relembrados que a fidelidade de Deus se provou suficientemente para Daniel
durante todo o tempo em que esteve no exílio.
Reis babilônios vêm
e vão. Deus susteve seu servo fiel durante todo o período.
Do mesmo modo, ele
tem poder para nos preservar durante os desafios e tribulações que enfrentamos.
Conclusão:
A fidelidade de Deus
em nossa salvação
Quando olhamos para
nossa vida, achamos que não somos como Daniel e seus três amigos.
Somos mais parecidos
com a multidão sem nome deportada com Daniel.
Multidão que adotou
nomes estrangeiros, comeu da comida do rei e, tornaram-se como os babilônios.
De muitas formas
assimilamos o sistema do mundo no qual vivemos, e nosso futuro está
comprometido.
Quanto mais
conhecemos Daniel, mais nos damos conta de que não somos Daniéis.
Nossa salvação não
descansa na nossa habilidade.
Está na oferta que
Jesus provê em nosso lugar.
Ele permaneceu firme
diante de tentações e sofrimentos maiores dos que os que Daniel.
Jesus já retornou do
seu tempo de exílio e agora está assentado à mão direita do Pai, nos céus.
Ele preparou nosso
lugar lá, e sua presença lá já é a garantia de que, um dia, estaremos com ele.
Peça-lhe que o ponha
em lugares onde possa ser uma bênção para sua comunidade.
Seja uma brisa da
sabedoria de Deus em seu lar, em sua escola, no seu local de trabalho.
Finalmente, espere
pelo dia em que seu reino celeste invadirá esse mundo e trará a completude de
nossa herança.
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