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O perigo do autoengano


Gálatas 6:3

“Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana”.

Introdução:

Uma história de autoengano

Uma jovem norueguesa diz estar convencida de que é uma gata. Nano, como é chamada, conta que sempre foi um gato, mas, desde que decidiu assumir sua condição, prefere andar sobre quatro apoios e passou a gostar de tirar sonecas no peitoril de janelas e em pias (apesar de seu tamanho). Nano também contou que seus sentidos da visão e audição se tornaram muito mais aguçados depois que ela assumiu seu lado felino — e inclusive admitiu que consegue enxergar melhor no escuro. E isso não é tudo! Nano revelou ser capaz de se comunicar mediante miados e, assim como quase todos os gatos, detesta cães. A norueguesa também assumiu que persegue animais e gosta de caçar ratos. Por sorte (ou azar, dependendo do ponto de vista), ela nunca capturou nenhum.

“O autoengano é talvez o mais cruel de todos os motivos por fazer com que nos julguemos corretos quando estamos errados e nos encoraja a lutar quando deveríamos nos render”. Steven Pinker, livro Como a Mente Funciona.

A mentira é uma atitude nociva que muitos cometem visando esconder falhas, levar vantagens ou para fingirem ser algo que não são.

Enganar os outros, por qualquer razão que seja, não é correto. A verdade deve sempre prevalecer.

Desenvolvimento:

Uma das facetas da mentira é o autoengano.

Trata-se de um mecanismo de defesa da mente que leva um indivíduo a acreditar em uma informação fantasiosa que ele mesmo criou.

O autoengano não é um equívoco e nem uma disfunção psíquica.

O autoengano é fazer-se acreditar em algo irreal. Para muitas pessoas torna-se uma doce ilusão.

É uma mentira que a pessoa resolve acreditar para fugir de uma dura realidade.

Exemplo: Pedro. Mateus 26:34,35.

Replicou-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes. Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo.

Pedro estava mentindo para ele mesmo sobre a sua fé ao ponto de acreditar que não negaria a Cristo.

Quando ele se encontra com a dura realidade de sua pouca fé, ele se espanta.

Os perigos

O problema principal do autoengano é que você desenvolve um processo de mentir para si mesmo.

Leva a sério essas mentiras, argumenta em prol delas, e tenta convencer os outros que o que você fala e vive, é verdadeiro.

Como exemplo, podemos citar uma pessoa que avisa seu amigo sobre o perigo do estilo de vida que seu filho está correndo, mas o pai não acredita.

O pai prefere ficar acreditando que seu filho é bom e que você está mentindo para não encarar a dura realidade das coisas.

Porém, um dia essa realidade chega e seu filho está perdido.

O pai percebe que se enganou por muito tempo.

O ciclo do autoengano

O autoengano cria um ciclo na mente de uma pessoa, que funciona da seguinte forma:

Um problema real acontece;

Cria-se uma justificativa irreal na mente como forma de proteção;

Essa causa fantasiosa não consegue solucionar o problema;

O problema se agrava.

A origem do autoengano e suas consequências

Muitos indivíduos carregam esse comportamento ao longo da vida.

O que era apenas uma brincadeira se transforma em algo mais sério.

O autoengano serve para esconder as consequências de nossos atos.

Assumir as consequências dos próprios atos é necessário para viver a maturidade.

Deixar de assumir a sua responsabilidade é uma forma de autoengano.

O autoengano leva ao vitimismo

Podemos citar como exemplo uma pessoa que diz que não consegue uma promoção porque o chefe não vai com a cara dela.

Porém, a verdade é que ela não possui nenhuma qualificação para o cargo.

Uma pessoa que teve várias oportunidades e consegue perder todas, teima em se vitimizar.

Prefere jogar a culpa para os outros do que fazer uma reflexão de sua vida.

Pais que culpam as “más companhias” pelo comportamento inadequado dos filhos, quando seu filho é uma má influência.

De alguma forma, o indivíduo conhece a verdade, mas a esconde no inconsciente e acredita na mentira que ele mesmo criou para se proteger.

O autoengano entra em cena quando estamos diante de ameaças.

Ao invés de encarar a situação, blinda-se a mente com uma afirmação que os ofereça conforto.

Tipos práticos de autoengano

Engano de achar que é crente

Tem muita gente se enganando achando que é crente.

Tem muito joio na igreja evangélica.

Gosta da igreja, dos irmãos, das programações e são batizados.

Porém, seus corações nunca foram convertidos.

Engano do politicamente correto

Muitos se enganam que estar do lado certo é fazer o que a maioria faz (ou uma minoria barulhenta).

Só se manifesta de acordo com aquilo que vai lhe trazer menos problema.

O politicamente correto é capaz de lhe fazer pensar que você sempre estará correto.

Basta estar do lado daquilo que é menos problemático.

Muitos cristãos têm entrado nesse jogo. Não querendo causar desconforto.

A maioria se dobrou diante da estátua do Rei Nabucodonosor.

A maioria dos judeus escolheu matar Jesus e soltar Barrabás.

Os grandes homens e mulheres de Deus sofreram grandes tribulações neste mundo por não serem politicamente corretos.

Nosso maior exemplo, Jesus, pagou com seu sangue por falar a verdade.

Eu e você não temos o direito de pensarmos em viver confortavelmente diante de um mundo tão corrompido.

Engana-se quem vive o politicamente correto.

Engano de achar que minhas desculpas são verdades

Estes são os que conseguem dizer que não tem tempo. O pior é que acreditam nisso.

São os que sempre acreditam que tem razão para chegarem atrasados.

São os que sempre acham uma justificativa para não ir para igreja.

Conclusão:

Viva conscientemente

Uma pessoa que nasce homem nunca será mulher.

Uma pessoa pode dizer mil vezes que é um gato, mas nunca será um gato.

Ela está mentindo para sua consciência.

Você não precisa mentir para si mesmo para atenuar um sofrimento.

Aquilo que te assusta no início pode lhe trazer uma bagagem extraordinária de aprendizado.

Encarar o problema de frente é fundamental para viver plenamente.

 

 


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