“Porque, se alguém
julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana”.
Introdução:
Uma história de autoengano
Uma jovem norueguesa
diz estar convencida de que é uma gata. Nano, como é chamada, conta que sempre
foi um gato, mas, desde que decidiu assumir sua condição, prefere andar sobre
quatro apoios e passou a gostar de tirar sonecas no peitoril de janelas e em
pias (apesar de seu tamanho). Nano também contou que seus sentidos da visão e
audição se tornaram muito mais aguçados depois que ela assumiu seu lado felino
— e inclusive admitiu que consegue enxergar melhor no escuro. E isso não é
tudo! Nano revelou ser capaz de se comunicar mediante miados e, assim como
quase todos os gatos, detesta cães. A norueguesa também assumiu que persegue
animais e gosta de caçar ratos. Por sorte (ou azar, dependendo do ponto de
vista), ela nunca capturou nenhum.
“O autoengano é
talvez o mais cruel de todos os motivos por fazer com que nos julguemos
corretos quando estamos errados e nos encoraja a lutar quando deveríamos nos
render”. Steven Pinker, livro Como a Mente Funciona.
A mentira é
uma atitude nociva que muitos cometem visando esconder falhas, levar
vantagens ou para fingirem ser algo que não são.
Enganar os outros,
por qualquer razão que seja, não é correto. A verdade deve sempre prevalecer.
Desenvolvimento:
Uma das facetas da
mentira é o autoengano.
Trata-se de um
mecanismo de defesa da mente que leva um indivíduo a acreditar em uma
informação fantasiosa que ele mesmo criou.
O autoengano não é
um equívoco e nem uma disfunção psíquica.
O autoengano é
fazer-se acreditar em algo irreal. Para muitas pessoas torna-se uma doce
ilusão.
É uma mentira que a
pessoa resolve acreditar para fugir de uma dura realidade.
Exemplo: Pedro.
Mateus 26:34,35.
Replicou-lhe Jesus:
Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, tu me
negarás três vezes. Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer
contigo, de nenhum modo te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo.
Pedro estava
mentindo para ele mesmo sobre a sua fé ao ponto de acreditar que não negaria a
Cristo.
Quando ele se
encontra com a dura realidade de sua pouca fé, ele se espanta.
Os perigos
O problema principal
do autoengano é que você desenvolve um processo de mentir para si mesmo.
Leva a sério essas
mentiras, argumenta em prol delas, e tenta convencer os outros que o que você
fala e vive, é verdadeiro.
Como exemplo,
podemos citar uma pessoa que avisa seu amigo sobre o perigo do estilo de vida
que seu filho está correndo, mas o pai não acredita.
O pai prefere ficar
acreditando que seu filho é bom e que você está mentindo para não encarar a
dura realidade das coisas.
Porém, um dia essa
realidade chega e seu filho está perdido.
O pai percebe que se
enganou por muito tempo.
O ciclo do
autoengano
O autoengano cria um
ciclo na mente de uma pessoa, que funciona da seguinte forma:
Um problema real
acontece;
Cria-se uma
justificativa irreal na mente como forma de proteção;
Essa causa
fantasiosa não consegue solucionar o problema;
O problema se
agrava.
A origem do
autoengano e suas consequências
Muitos indivíduos
carregam esse comportamento ao longo da vida.
O que era apenas uma
brincadeira se transforma em algo mais sério.
O autoengano serve
para esconder as consequências de nossos atos.
Assumir as
consequências dos próprios atos é necessário para viver a maturidade.
Deixar de assumir a
sua responsabilidade é uma forma de autoengano.
O autoengano leva ao
vitimismo
Podemos citar como
exemplo uma pessoa que diz que não consegue uma promoção porque o chefe não vai
com a cara dela.
Porém, a verdade é
que ela não possui nenhuma qualificação para o cargo.
Uma pessoa que teve
várias oportunidades e consegue perder todas, teima em se vitimizar.
Prefere jogar a
culpa para os outros do que fazer uma reflexão de sua vida.
Pais que culpam as
“más companhias” pelo comportamento inadequado dos filhos, quando seu filho é
uma má influência.
De alguma forma, o
indivíduo conhece a verdade, mas a esconde no inconsciente e acredita na
mentira que ele mesmo criou para se proteger.
O autoengano entra
em cena quando estamos diante de ameaças.
Ao invés de encarar
a situação, blinda-se a mente com uma afirmação que os ofereça conforto.
Tipos práticos de
autoengano
Engano de achar que
é crente
Tem muita gente se
enganando achando que é crente.
Tem muito joio na
igreja evangélica.
Gosta da igreja, dos
irmãos, das programações e são batizados.
Porém, seus corações
nunca foram convertidos.
Engano do
politicamente correto
Muitos se enganam
que estar do lado certo é fazer o que a maioria faz (ou uma minoria
barulhenta).
Só se manifesta de
acordo com aquilo que vai lhe trazer menos problema.
O politicamente
correto é capaz de lhe fazer pensar que você sempre estará correto.
Basta estar do lado
daquilo que é menos problemático.
Muitos cristãos têm
entrado nesse jogo. Não querendo causar desconforto.
A maioria se dobrou
diante da estátua do Rei Nabucodonosor.
A maioria dos judeus
escolheu matar Jesus e soltar Barrabás.
Os grandes homens e
mulheres de Deus sofreram grandes tribulações neste mundo por não serem
politicamente corretos.
Nosso maior exemplo,
Jesus, pagou com seu sangue por falar a verdade.
Eu e você não temos
o direito de pensarmos em viver confortavelmente diante de um mundo tão
corrompido.
Engana-se quem vive
o politicamente correto.
Engano de achar que
minhas desculpas são verdades
Estes são os que
conseguem dizer que não tem tempo. O pior é que acreditam nisso.
São os que sempre
acreditam que tem razão para chegarem atrasados.
São os que sempre
acham uma justificativa para não ir para igreja.
Conclusão:
Viva conscientemente
Uma pessoa que nasce
homem nunca será mulher.
Uma pessoa pode
dizer mil vezes que é um gato, mas nunca será um gato.
Ela está mentindo
para sua consciência.
Você não precisa
mentir para si mesmo para atenuar um sofrimento.
Aquilo que te
assusta no início pode lhe trazer uma bagagem extraordinária de aprendizado.
Encarar o problema
de frente é fundamental para viver plenamente.
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