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Não faça do dízimo uma barganha

     

  Tenho visto muitas coisas acontecerem em relação a dízimos. Fiscalização, cobranças, debates, etc.

Sem a pretensão de falar se dízimo é para os crentes da nova aliança, apresento três preocupações para a igreja de hoje em relação a este assunto.

1.             A bíblia não nos ensina nenhum tipo de registro de entrada de dízimos nos caixas da igreja

O dízimo foi instituído para sustento dos Levitas e necessitados. Os Israelitas deveriam levar seus dízimos ao Sacerdote, porém, não havia nenhum tipo de registro ou relatórios daqueles que ofertavam ou deixavam de ofertar. Não havia uma institucionalização a respeito dos dízimos.

Hoje o que vemos é uma institucionalização dos dízimos. É preciso escrever seu nome, dizer quanto ganha, fazer relatórios, etc. As igrejas estão se profissionalizando e parecendo instituições bancárias. Existem programas especializados em gestão de dízimos e cobranças daqueles que não ofertam.

Por que essas coisas estão tão diferentes daquilo que foi ensinado no Velho Testamento? Será mesmo necessário estas quantidades de papéis para a instituição dessa oferta? Será se é isso que Deus requer de nossas igrejas?

Números 18.21–32, Levítico 27.30–33 e Deuteronômio 12

2.             A bíblia ensina a contribuir sem procurar ser visto pelos homens

Mt 6:3 “Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita”.

Ao contrário da institucionalização do dízimo, a palavra de Deus nos informa sobre ajudar o próximo ou à igreja sem necessidade de visibilidade para isso.

Precisamos entender que não é preciso mostrar para ninguém que entregamos o dízimo. Não existe nenhuma orientação bíblica para escrevermos nossos nomes para ficar claro que demos o dízimo. Esta não é uma obrigação bíblica!!

Sabemos da integridade de muitas pessoas que entregam o dízimo, mas é realmente necessário a igreja saber quem dá e quem não dá? É necessário a igreja ter relatórios de dizimistas e isto ser dado publicidade? Qual é realmente a intenção de tudo isto? Aqueles que dão o dízimo e não escrevem seu nome, estão errados? Precisamos realmente saber quanto cada um ganha para sabermos se estão dando os 10%?

3.             As contribuições na Bíblia têm caráter individual com Deus

2 Co 9:7 “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria”.

O que temos que entender é que desde o VT a entrega dos dízimos e ofertas eram de caráter relacional e pessoal entre o ofertante e Deus. Não existe nenhuma necessidade de fiscalização por parte de quem quer que seja para acompanhamento de quem entrega ou não entrega o dízimo.

Se alguém entrega o dízimo e não quer ser visto por isso, a igreja deve respeitar. Se alguém não entrega, a igreja não precisa ir atrás dessa pessoa para cobrar os dízimos. Essa relação é dela com Deus. O máximo que se pode fazer é a orientação acerca de dízimos e ofertas. E isso deve acontecer de modo geral. Não precisa ser algo específico para uma pessoa ou tenha caráter de fiscalização. A bíblia não nos ensina isto.

Conclusão:

Com essas poucas palavras quero fazer cada um refletir o que faz em relação aos dízimos. A institucionalização e as burocracias têm levado igrejas a caminhos de empresas de arrecadação. Fiscaliza-se, fazem-se relatórios, cobra-se o registro do nome, procura-se saber quanto ganha e várias outras coisas.

É muito triste notar que em muitas igrejas o dízimo tem se tornado barganha para alcançar algum cargo ou posição.

Se não existe obrigação de registro, se eu não preciso mostrar se oferto ou não, então por que o dízimo é uma das primeiras coisas a se procurar em pessoas que almejam cargo na igreja? Se a entrega dos dízimos é uma questão pessoal e relacional com Deus, por que cobrar de alguém que tenha todos os requisitos para ser um líder na igreja?

Precisamos urgentemente fazer uma avaliação de tudo isto para não parecer que zelo demasiado se torne algo de barganha com a igreja.

Pense nisso!

 

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