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O cristão e a arma de fogo

 




O cristão e a arma de fogo


“Quando o valente, bem armado, guarda a sua própria casa, ficam em segurança todos os seus bens.” Lucas 11:21

Introdução:

Ao falarmos de armas de fogo, não desconsideramos a soberania de Deus e não negligenciamos a responsabilidade humana. Precisamos viver como se o êxito dependesse de nós, nos esforçando para tomar as melhores atitudes, sabendo, porém, que tudo depende exclusivamente de Deus.

O que é arma?

Segundo o conceituado Dicionário Priberam de Língua Portuguesa, armas são: “Nome genérico de todo o instrumento ofensivo ou defensivo.” Aurélio: “Instrumento ou engenho de ataque ou de defesa. Qualquer coisa que sirva para um desses fins, especialmente no caso de certos animais.”

Neste sentido, até mesmo uma caneta pode ser considerado uma arma. Arma pode ser todo e qualquer objeto usado com finalidade de defesa ou ataque, seja usado em proveito próprio ou alheio. Para Sansão, uma queixada fresca, nada mais que um osso de jumento, foi utilizado como “arma” por ele. Davi usou uma funda para matar Golias.

O porte de armas de fogo é um assunto polêmico. Há crentes que acham que o cristão não deve usar de jeito nenhum. Outros defendem o uso para sua defesa. O que então a Bíblia fala a respeito desse assunto?

É intrigante o número de cristãos que falam do uso de arma de fogo como se fosse um pecado mortal. Asseveram que arma é feita para matar e, portanto, não é algo para o cristão.

A isto respondemos que: Primeiro, não é a arma que mata, mas quem a está usando. Segundo, a arma não foi feita para matar, mas para manter a ordem e a paz social.

Um argumento “bíblico” que sempre é usado para o não uso de arma está em Mateus 5.39 “Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra;”. Jesus disse que não devemos resistir aos perversos e se este bater na sua face direita ofereça a outra face. Mas isso pode realmente ser interpretado para negar a defesa da vida? Claro que não!

Oferecer a outra face é mostrar que está apto a perdoar. A vida não está em jogo neste versículo. O mesmo Jesus que ensinou o exercício da paciência é o mesmo Jesus que usou um cinto contra os comerciantes frente ao templo. Jo 2:15 “Tendo feito um azorrague de cordas (chicote), expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas.” Jesus não usa apenas palavras para expulsar os vendilhões, mas faz posse de um instrumento de ataque para cumprir seu objetivo.

“Azorrague de cordéis”, era um chicote que podia conter pontas de ferro (ou osso) nas várias extremidades das cordas (ou couro). Este chicote não era inocente e poderia causar dano, pois tamanho era seu poder de lesão, que foi usado para dispersar “os que vendiam bois, e ovelhas, e pombos, e os cambiadores assentados”.

Um policial de hoje poderia pegar sua arma e apontar para cima apenas para amedrontar os cambistas e assim expulsá-los do templo e conseguir proteger da profanação que estava acontecendo. Podemos perceber que, ou um chicote, ou um revólver, poderiam ser utilizados como arma para espantar os vendilhões. A proteção da santidade do templo deveria ser garantida e para isso seria necessário a utilização de algo para atingir o objetivo. A proteção do templo era o objetivo mesmo que alguém pudesse sair ferido em virtude da utilização de “arma”.

Desenvolvimento:

Alguns apóstolos andavam armados. Na noite em que Jesus foi traído, Ele pediu a Seus seguidores que trouxessem espadas. Eles tinham duas, o que Jesus alegou ser suficiente Lucas 22:38 “Então, lhe disseram: Senhor, eis aqui duas espadas! Respondeu-lhes: Basta! (é suficiente)”. Quando Jesus estava sendo preso, Pedro cortou a orelha de um dos servos do sumo sacerdote (João 18:10). Jesus curou o homem instantaneamente (Lucas 22:51) e ordenou a Pedro que guardasse sua arma (João 18:11). A posse de uma espada por parte de Pedro não foi condenada.

Em outra ocasião, os soldados foram para ser batizados por João Batista. Quando lhe perguntaram o que fazer para viver para Deus, João lhes disse: “A ninguém maltrateis, não deis denúncia falsa e contentai-vos com o vosso soldo” (Lucas 3:14). João não lhes disse para abandonar suas armas.

Defesa

Qualquer pessoa que leia o Antigo Testamento, seja a lei mosaica, sejam outros escritos, perceberá que a questão de portar armas para defesa de si ou da família era encarado como atitude normal. Até mesmo em defesa da propriedade (Êxodo 22.2) ou vingando um homicídio (Números 35.27) aquele que matava essa pessoa era inocentado.

Davi teve que matar um leão e um urso para se defender (1Sm 17.33-36).

A defesa pessoal, fosse da propriedade, da família e mesmo da própria vida, era visto como uma justificativa mais do que justa para que o indivíduo se armasse. É o que vemos, por exemplo, no caso de Neemias, cujo contexto era de fragilidade e vulnerabilidade. Como o governo era incapaz de atender a demanda por proteção, fez com que ele exortasse toda a população a se armar e lutar por sua segurança.

Pelo que pus guardas nos lugares baixos por detrás do muro e nos altos; e pus o povo, pelas suas famílias, com as suas espadas, com as suas lanças e com os seus arcos. E olhei, e levantei-me, e disse aos nobres, e aos magistrados, e ao resto do povo: Não os temais; lembrai-vos do Senhor, grande e terrível, e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, nossas mulheres e vossas casas. (Neemias 4.13, 14)

“Os que edificavam o muro, e os que traziam as cargas, e os que carregavam, cada um com uma mão fazia a obra e na outra tinha as armas os edificadores cada um trazia a sua espada cingida aos lombos, e edificavam; (Neemias 4.17, 18)

… cada um com suas armas ia à água (Neemias 4.23)

A verdade é que o desarmamento da população foi uma das estratégias usadas pelos filisteus para manter o povo de Israel subjugado. Não permitia que houvesse ferreiros entre eles para dessa forma impedir a criação de armas, mantendo-os cativos (1 Samuel 13.19).

E o sexto Mandamento?

Se a Bíblia diz no sexto mandamento que não podemos matar, então o cristão não pode possuir armas de fogo? Não tem nada a ver uma coisa com outra. O Sexto Mandamento diz respeito a assassinar. Isso seria usurpar o direito que só Deus tem. Quando alguém apenas se defende e isto leva a morte de alguém, não houve aqui a vontade premeditada de matar, mas de evitar o perigo para si.

Moisés deixou claro que a legítima defesa é Bíblica e necessária, veja: “Se o ladrão for achado roubando, e for ferido, e morrer, o que o feriu não será culpado do sangue”; Êxodo 22,2.

A legítima defesa tem um objetivo, a preservação da vida humana. Na última linha da defesa às vezes será necessário tirar a vida para salvar outra. Por isso, muitas vezes Deus ordenou que homens lutassem para proteger o povo ou livrar os seus inocentes dos inimigos.

E a posição do Novo Testamento?

Não existem muitas informações no Novo Testamento sobre este assunto. Vejamos João 18.

“Então Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a, e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco. Mas Jesus disse a Pedro: Põe a tua espada na bainha; não beberei eu o cálice que o Pai me deu?” (João 18: 10,11).

Há algumas questões para esclarecer:

Pedro andava armado e, com certeza, Jesus sabia. O Senhor Jesus nunca pediu que ele jogasse a espada fora. Quando Pedro atacou Malco, Jesus pediu que Pedro guardasse a espada. Jesus não pediu que ele jogasse fora a espada.

“Disse-lhes pois: Mas agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e, o que não tem espada, venda a sua capa e compre-a” (Lucas 22:36-38).

Alguns interpretam “espada” como algo alegórico. Isso é de difícil comprovação. Jesus não recomendaria a venda da capa para compra de duas espadas se não fosse literalmente. Eram os momentos finais de Cristo onde seria preso e crucificado. Isso requeria preparo e o cumprimento da profecia.

O termo “basta” no verso 38 é a palavra grega “ikanón”, que significa literalmente “é o bastante”. Aqui Jesus não está recriminando, mas afirmando que era o suficiente.  

O Cristão pode possuir e portar armas de fogo?

Em 2005 foi realizado um referendo que pedia a posição do povo brasileiro sobre o tema comércio de armas. A pergunta era muito simples: “O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?” Os eleitores puderam optar pela resposta “sim” ou “não”, pelo voto em branco ou pelo voto nulo. O resultado foi de 59.109.265 votos rejeitando a proposta (63,94%), enquanto 33.333.045 votaram pelo “sim” (36,06%). Foi uma vitória esmagadora do povo, que, deseja seu direito de portar e possuir armas, respeitado.

O cristão pode e tem todo o direito de promover sua segurança pessoal, da sua família e da sua propriedade usando como última linha de defesa arma de fogo. O Estado não tem competência para garantir segurança de cada cidadão deste país. 

Um fato interessante ocorreu narrado no evangelho de João. Jesus estava em perigo de morte e tinha que fazer algo.

João 8:58-59 “58 Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou. 59 Então, pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Jesus ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles, e assim se retirou.” (ARC).

Jesus sabia que sua missão era morrer, mas ainda não era chegada a hora. Nesse caso ele deveria se proteger para não ter sua integridade física em perigo. Neste episódio Jesus poderia e faria o que tivesse que fazer para não morrer. Ainda não era o seu tempo e caso morresse estaria falhado sua missão. Logo, nessa situação, qualquer um de nós teria usado quaisquer meios para se proteger. Jesus poderia ter usado seu poder para ferir aquelas pessoas ou mesmo matá-las para que o plano de Deus continuasse. Ele preferiu simplesmente desaparecer miraculosamente. Porém, perguntamos: já que não era sua hora, se ele tivesse usado seu poder para se defender e matasse aquelas pessoas, Jesus estaria errado? Jesus deveria simplesmente ter aceitado o apedrejamento pacatamente? Claro que não. Ele não só poderia se defender, Ele teria a obrigação de se defender.

Assim, aprendemos que nosso Senhor Jesus Cristo não foi contra o armamento e jamais caracterizou as armas como instrumentos odiosos por si mesmo, afinal, possuindo um fim lícito e visando a defesa pessoal e dos seus, é completamente lícito ter tais coisas - “Quando o valente guarda, armado, a sua casa, em segurança está tudo quanto tem” (grifo do autor). Este verso, embora se tratando de satanás, contudo, evidencia o princípio de que uma pessoa armada está em boas condições de segurança em sua casa.

 

Código Penal Brasileiro

Preceitua assim nosso atual Código Penal: “Exclusão de ilicitude Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

Legítima defesa Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.”

Frases

Dr. North “Genocídios acontecem. Mas não há genocídio quando os alvos estão armados.”

“Um povo livre precisa estar armado”. GEORGE WASHINGTON

“Todo o poder político vem do cano de uma arma. O partido comunista precisa comandar todas as armas; desta maneira, nenhuma arma jamais poderá ser usada para comandar o partido”. MAO TSÉ TUNG

“Se as armas matam, as minhas estão com defeito”. TED NUGENT

Números

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Justiça dos EUA, com criminosos condenados, de todo o país, constatou que 74% deles têm medo de serem baleados por uma vítima, e desistem do ataque quando percebem que estão lidando com alguém armado. A mesma pesquisa mostra que os criminosos têm mais medo dos cidadãos armados do que da polícia, pois, de acordo com eles, a polícia lê seus direitos e os prende; já um cidadão armado tem o direito legal de atirar em defesa própria, e matá-los.

Um levantamento feito no Brasil com base nos registros de reações armadas noticiadas na imprensa mostrou que, em 215 ataques criminosos onde a vítima reagiu com uma arma de fogo, apenas 15 vítimas terminaram mortas e 25 feridas, enquanto 191 criminosos acabaram presos e 177 morreram.

 

 

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