Quem é o culpado?
Gn 27:1-13
Introdução:
Isaque envelheceu.
Sentiu que era hora de passar para os filhos a bênção de Deus.
Deus prometera a
Abraão que ele se tornaria uma grande nação.
A promessa dessas
bênçãos foi repetida a Isaque (Gn 26.24).
Mas, apesar de o
Senhor ter declarado que o mais velho serviria ao mais novo, Isaque queria
passar essa bênção a Esaú, seu filho favorito.
Para isso, Esaú foi
enviado para fazer o que fazia de melhor, trazer uma caça e, em seguida, fazer
o guisado favorito de Isaque.
Mas Rebeca ouviu o
plano de Isaque e colocou outro plano em marcha.
Pretendia conquistar
a bênção do marido para o filho favorito dela, que era Jacó.
Aproveitando-se da
cegueira do marido (135 anos), vestiu Jacó com as roupas de Esaú e cobriu o
filho com peles.
Jacó no início se
opôs, não por moralidade, mas por medo de que o plano não funcionasse.
Desenvolvimento:
Jacó representou seu
papel como um profissional. Era o irmão mais esperto.
Ele não só estava
disposto a mentir para o pai, respondendo à pergunta “És meu filho Esaú
mesmo?” com um claro “Eu sou” (Gn 27.24).
Mas também estava
disposto a invocar o nome de Deus em sua mentira:
“Porque o Senhor,
teu Deus, a mandou ao meu encontro” (Gn 27.20).
O pai ficou comovido
com a resposta, e Jacó conquistou a bênção destinada ao irmão.
“Maldito seja o que
te amaldiçoar, e abençoado o que te abençoar.”
A tristeza de Esaú
Quando Esaú voltou e
descobriu a verdade, ficou arrasado, mas já era tarde.
O estrago já estava
feito, e a bênção não podia ser retirada (Gn 27.36-40).
Não houve uma
segunda bênção para Esaú.
Tomado pela raiva,
pensou em matar Jacó depois que o pai morresse (Gn 27.41).
Quando Rebeca
escutou o que estava acontecendo, percebeu que a única esperança para Jacó era
fugir para salvar-se (Gn 27.44).
Quem é o culpado
Para nós surge a
pergunta: “O que aconteceu? De quem é a culpa?”
A culpa é de Isaque?
Rebeca? Esaú? Ou Jacó?
Temos a tendência de
apontar Jacó com a ajuda de sua mãe, Rebeca.
No entanto, Esaú
havia vendido sua primogenitura. Podemos até dizer que Esaú teve o que mereceu.
Ele havia desprezado
o direito de primogenitura.
Todos são culpados
Rebeca
É fácil condenar
Rebeca como uma mãe ambiciosa.
É preciso ver as
coisas do ponto de vista dela.
Ela havia recebido
uma revelação de Deus que o mais velho serviria ao mais novo (Gn 25.23).
Aquilo estava, de
uma perspectiva humana, a ponto de não se concretizar.
Não é que o marido
estivesse prestes a fazer algo imprudente.
Ele estava,
aparentemente, prestes a frustrar a vontade revelada de Deus.
Uma vez que a bênção
fosse dada, não poderia ser revogada.
O tempo era curto.
Então, o que uma esposa crente deveria fazer?
Será que o fim
justificaria os meios? Não era louvável o que ela queria?
Ela queria garantir
a promessa de Deus!
Não seria melhor
para ela quebrar algumas leis “menos importantes” de Deus para se certificar de
que o propósito maior dele se cumprisse?
Não é uma atitude
louvável quebrar umas regras para garantir o que Deus prometeu? Não.
Esse é um dos
atalhos favoritos de Satanás.
Ele vem até nós, e
sugere que as promessas de Deus estão demorando muito para se concretizar.
O seu marido ainda
não veio, pegue qualquer um. O dinheiro acabou, pegue um pouco de seu trabalho.
Estou atrasado para
o culto, posso quebrar leis de trânsito.
Ainda mais em
igrejas que fazem todo tipo de promessa.
Quem sabe não
deveríamos dar a Deus um pouco de ajuda?
Os fins não
justificam os meios
Não é suficiente o
objetivo estar certo; o meio pelo qual chegamos a ele deve estar certo também.
Nossa vocação é ser
obediente a Deus e deixá-lo cuidar de suas promessas, no seu devido tempo.
Não existem leis
“menos importantes” na Palavra de Deus.
A solução para o
pecado de alguém nunca pode ser outro pecado.
Deus cuidará dos
fins que ele propôs, de acordo com suas promessas.
Rebeca deveria ter
confiado a questão a Deus. Nada é impossível para ele.
Jacó
Jacó aparece nessa
história como um conspirador de sangue-frio.
Ele descobrirá que
terá de pagar o preço do pecado.
A humanidade caída
acredita que se possa pecar sem se machucar.
Somos tão facilmente
convencidos de que o nosso pecado não será descoberto.
A Bíblia, porém,
adverte-nos contra tais ilusões:
“Sabei que o vosso
pecado vos há de achar” (Nm 32.23).
Quantas pessoas não
descobriram essa verdade depois de uma experiência amarga!
Jacó acumula mentira
sobre mentira, mesmo invocando o nome do Senhor.
Ele não tem
vergonha? É esse o caminho para alcançar os propósitos de Deus e garantir a
bênção dele? Certamente que não.
Isaque
O que podemos dizer
sobre o papel dele nessa história?
Ele quer de todas as
formas passar a bênção a seu filho favorito.
Porém, Deus queria o
contrário?
Ele não é melhor do
que Rebeca. Ela poderia tentar se justificar pelo que Deus disse.
Isaque não tinha
essa desculpa.
Ele estava tentando
contornar a Palavra de Deus em favor de desejos e preferências próprios.
Quantas vezes já
fizemos isso? Interpretar a palavra de Deus para nosso benefício.
Isaque amava o filho
mais velho por aquilo que o filho fazia pelo pai.
Por isso, Isaque
transmitiu a esse filho a bênção dele.
Mas acabou,
ironicamente, enganado pelos próprios sentidos.
Isaque era
suficientemente um homem de fé para reconhecer o erro que cometera, uma vez
exposto.
Quando Esaú chegou,
o engano ficou claro, e Isaque estremeceu violentamente (Gn 27.33).
Ele tremia, porque
suas intenções haviam sido expostas e derrotadas pela soberania de Deus.
O plano de Deus é
consumado apesar das intenções do homem.
Esaú
É fácil sentirmos
pena de Esaú. Ele destituído de uma bênção que deveria ser dele por direito?
Porém, Esaú havia
vendido o direito em troca de um guisado de lentilhas.
Nunca, em toda a sua
vida, Esaú mostrara sinal de buscar a Deus.
Isso foi comprovado
na maneira pela qual escolheu suas esposas.
Primeiro, ele se
casou com duas mulheres heteias (Gn 26.34), e, em seguida, percebendo que seu
pai e sua mãe não ficaram impressionados, ele tomou por esposa uma ismaelita
(Gn 28.9).
Oportunidades
perdidas
Esaú é um exemplo de
oportunidades perdidas.
Muitas pessoas, como
Esaú, lamentam pelos erros cometidos na vida. Mas lágrimas não resolvem.
Deve haver uma
mudança sincera no coração.
Esaú poderia ainda
encontrar uma bênção para si.
Essa bênção não
devia vir de Isaque e sim de Jacó, se Esaú buscasse, com fé, aquele que viria:
A bênção de Isaque
declarava: “Abençoado o que te abençoar”.
Esaú deveria ter
engolido o orgulho e se dirigido em lágrimas a Jacó.
Em vez de abrandar a
sua ira contra Jacó, Esaú a foi armazenando no coração.
Planejava matar o
irmão (Gn 27.41).
Da mesma maneira,
nós perdemos muitas bênçãos porque, ao invés de procurar o perdão, enchemos
nossos corações de mágoa.
Nos fechamos para
Deus, para nosso irmão e para igreja.
Alimentamos uma
mágoa que se torna pecado por muitos anos em nossas vidas.
As consequências do
pecado
Todas as pessoas
nessa história agiram com falsidade extrema.
Todos eles foram
egoístas, interesseiros, manipuladores, usando aos outros e procurando usar a
Deus para fins próprios.
Mas os propósitos de
Deus mantêm-se firmes.
Mesmo que toda
aquela gente tenha usado esses propósitos para o mal, Deus os direciona para o
bem.
As consequências do
atalho não deixam de ser reais e é, muitas vezes, devastador.
A mensagem clara
dessa passagem da Bíblia é que o pecado não compensa, mesmo quando ele nos
proporciona o que queremos.
Rebeca e Jacó,
alcançaram a vitória, mas uma vitória amarga.
O plano de Rebeca
fará com que seu filho conquiste a bênção pretendida, mas resultará no exílio
dele de sua casa para sempre.
Jacó jamais voltará
a viver perto da família.
Rebeca nunca tornou
a ver o filho, depois que ele se viu forçado a deixar a família.
O triunfo da graça
Apesar do pecado, os
propósitos de Deus para abençoar seu povo estarão assegurados.
Jesus teria dito de
bom grado aquilo que Rebeca disse precipitadamente ao filho:
“Caia sobre mim essa
maldição” (Gn 27.13).
As palavras que
Rebeca disse apressadamente Jesus disse também a nós.
Jesus tomou nossa
maldição para podermos herdar a bênção.
A maldição que Jacó
merecia devido a sua astúcia.
A maldição que
merecemos pelos nossos pecados de cada dia, foi colocada sobre Jesus.
É por isso que o
pecado não é uma opção para o crente.
Como é possível
persistir no pecado, quando o pecado foi pago na própria carne de Jesus?
Como é possível, que
sejamos tentados se a cruz de Cristo está diante de nossos olhos?
Na cruz, há bastante
graça para cobrir todos os nossos pecados, não importa quem sejamos.
Em Cristo, somos
libertos da condenação e recebemos a bênção da paz com Deus.
Aplicações:
Os fins não
justificam os meios. Precisamos também dos meios certos.
Não existe opção de
escolha entre pecados. Ambos são uma afronta a Deus.
Os planos de Deus
sempre serão executados.
O pecado nos acha e
leva consequências.
A palavra de
Deus não está para se adequar aos nossos desejos.
O pecado não
compensa.
A graça de Cristo
nos alcança.
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