Sacrifícios ao Senhor
Levítico 2.14–3.1
Introdução:
· Infelizmente, o livro de Levítico tem sido relegado a uma posição secundária na igreja atual.
· Levítico é o texto clássico dos chamados judeus ortodoxos.
· 247 das 613 leis da Mishná (Torá oral) são baseadas em Levítico.
· Os cristãos de hoje relegaram a uma era passada. Dispensacionalistas dizem que foi para Israel.
· Os leitores modernos consideram Levítico como obscuro e maçante.
· Levítico informa sobre como devemos agir quando estamos na presença de Deus.
· Mostra-nos como um povo pecador pode ter comunhão com um Deus santo.
· Precisamos de santidade e zelo para entrarmos na presença de Deus.
Desenvolvimento:
· A prática de sacrifícios era um relacionamento com Deus.
· Não era algo primitivo nem pouco sofisticado.
· Os sacrifícios tiveram origem divina (Gn 3.21).
· Eram simbólicos e carregados de princípios.
· Os rituais passaram, mas os princípios são eternos.
· Deus requer a mesma seriedade na adoração e a mesma devoção.
Os sacrifícios
· Os capítulos 1–7 de Levítico são prescrições sobre os cinco tipos principais de ofertas.
· As ofertas são: o holocausto, ofertas de manjares, sacrifícios pacíficos, sacrifício pelo pecado e oferta pela culpa.
· Todas estas ofertas são apresentadas como ofertas queimadas pelo fogo sobre o altar no santuário.
· Deus e o homem precisam ser conectados.
· A subida da fumaça mostrava que há um caminho para Deus.
· Eles davam ênfase na morte como pagamento da culpa.
· Os sacrifícios mostram que nosso destino era a morte.
· Alguém tinha que pagar. É o sangue que faz a expiação.
· O sumo sacerdote não ousava entrar na presença do próprio Deus sem sangue (Hb 9.7).
· Os animais recebiam o julgamento do pecador.
A oferta de manjares
· A oferta de manjares era oferta voluntária. Era um sacrifício sem sangue.
· Era oferecida sobre um altar que fora consagrado com sangue.
· Em geral, ela acompanhava sacrifícios de animais.
Características:
1. Gratidão ao Senhor
· Esta passagem mostra que a adoração envolve uma atitude de gratidão a Deus.
· Não podemos adorar o nosso criador se negligenciarmos as ações de graça.
· A oração do Senhor reconhece que a origem do nosso sustento diário é o Senhor Deus:
· “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (Mt 6.11).
· Ao apresentar ofertas de manjares, o israelita expressava o reconhecimento da graça de Deus.
2. Todos deviam ofertar
· Essa oferta era a mais simples de todas.
· Qualquer um, mesmo o mais pobre, poderia apresentar uma porção de farinha.
· Poderia ser ofertada pelos muito pobres que não tinham condições de comprar animais ou aves.
· Produtos de panificação eram o alimento comum da mesa da maioria das pessoas.
· A carne era uma iguaria degustada pela realeza e pelos ricos.
· Para os mais pobres a carne era reservada para ocasiões especiais.
· O Sacerdote apanhava um punhado para ser queimada.
· O restante, identificado como era a porção do sacerdote.
· Era seu salário pelos seus serviços na casa do Senhor.
3. Sem fermento
· Qualquer coisa que fosse apresentada ao Senhor deveria ser pura e íntegra.
· A massa não poderia conter levedura nem mel.
· A levedura é um fungo que promove a fermentação.
· Altera as propriedades físicas da massa.
· É um elemento estranho adicionado à mistura básica de farinha e água, que “corrompe” a mistura.
· O fermento tornou-se o símbolo do mal que corrompe o povo de Deus (Mc 8.15; 1Co 5.8).
· Quando o povo de Deus se mistura com as coisas do mundo, ele perde sua essência.
4. O primeiro e o melhor (v. 12,14–16)
· A oferta era das primícias da colheita.
· As “espigas verdes” (v. 14) eram as primeiras espigas a serem colhidas.
· As primícias eram os primeiros e melhores produtos da colheita de um israelita (Êx 23.19).
· Elas pertenciam ao Senhor (Êx 34.26).
· O adorador devolvia uma porção daquela dádiva ao devido dono da terra.
· O princípio geral das primícias é que a Deus devemos dar o nosso melhor.
· Deus não aceita as sobras.
Ofertas pacíficas
· Era uma oferta de paz e comunhão.
· O Reverendo John Fawcett pastoreava uma pequena igreja batista em Wainsgate, Yorkshire.
· Em 1772 ele pregou seu sermão de despedida.
· Uma despedida cheia de emoção e tristeza.
· Ele mudou de ideia ali mesmo, e decidiu permanecer na sua igreja, onde morou até sua morte e onde foi sepultado, em 1817.
· O singelo ministro escreveu a letra do hoje famoso hino Benditos Laços.
· Ele foi publicado em 1782 e desde então tem sido cantado com lágrimas por diversas gerações nas igrejas.
· A terceira e quarta estrofe dizem:
Aqui tudo é comum: Tristeza e prazer; Em Cristo somos todos um: É este o seu querer.
Se desta santa união, Nos vamos separar, No céu eterna comunhão Havemos de gozar.
· Fawcett escreveu essas palavras com base no seu reconhecimento de que os cristãos desfrutam de uma rica comunhão com o Deus e irmãos em amor.
· Era a única oferta da qual tanto o sacerdote quanto o ofertante comiam.
· Ela representava a comunhão entre o israelita e Deus.
· Era uma refeição em comum, compartilhada entre a família do ofertante e seus convidados (Dt 26.12–13).
· O escritor da Epístola aos Hebreus refere-se a essa prática:
· “Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz” (Hb 13.16).
· Servir a outros membros do corpo de Cristo é uma experiência normal do crente.
· Essa era uma prefiguração da comunhão cristã que desfrutamos com Deus e com sua igreja.
· Esta comunhão se reflete muito mais do que somente participar de eventos sociais na igreja.
· A comunhão cristã deve ser vivenciada dia a dia.
· Somos capacitados a amar todas as pessoas.
· A oferta pacífica nos lembra que somos todos irmãos.
· O chamado ao amor entre os irmãos da fé pede um sacrifício maior.
Comunhão com o Senhor (3.6–15).
· Deus havia provido um meio de estabelecer comunhão com seu povo.
· Esse era o desejo do Senhor ao estabelecer um relacionamento com seu povo e redimi-lo.
· A inauguração da nova aliança foi fundamentada sobre o sangue derramado de nosso Senhor Jesus.
· O poder simbólico da Ceia do Senhor refletia essa nova comunhão com o Senhor e uns com os outros.
· As frases “Tomai, comei; isto é o meu corpo” e “Bebei […] porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança” (Mt 26.26–28) significavam uma comunhão espiritual com Deus;
· Comunhão firmada pelo oferecimento do próprio corpo do Senhor.
· Participar da Ceia do Senhor nas nossas igrejas é algo repleto de significado espiritual e proclamação.
· O apóstolo Paulo disse “Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (1Co 11.26).
Conclusão:
Para sempre com o Senhor (v. 16–17)
· Deus não é volúvel como os políticos atuais; suas promessas são confiáveis.
· A expressão “estatuto perpétuo” aparece aqui pela primeira vez em Levítico.
· Um “estatuto” descreve decretos que devem ser cumpridos.
· A observância dos decretos do Senhor significava uma vida segura e próspera na terra (Dt 30.16).
· O relacionamento foi rompido pelo fato de Israel não cumprir os estatutos da aliança (Is 43.24).
· Ainda assim, permaneceu a promessa de uma nova aliança.
· Esse relacionamento eterno com Deus é garantido por meio do nosso Senhor Jesus Cristo.
· Ele jamais poderá ser ameaçado pela nossa desobediência.
· Nós recebemos os méritos da perfeita obediência de Cristo aos estatutos do Senhor.
Aplicações:
1. A adoração ao Senhor deve ser sacrificial e conforme Ele deseja.
2. O pecado levou a morte. A justificação precisa de derramamento de sangue.
3. As ofertas voluntárias sempre foram provas de amor a Deus. Qualquer um pode ofertar. Até para os mais pobres Deus estabeleceu oferta.
4. Devemos entrega as primeiras e melhores coisas a Deus.
5. Benditos laços são o que nos unem.
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