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O início da Igreja

O início da Igreja

At. 1:1-14

Introdução:

Atos é o primeiro livro da história da igreja cristã. 

Registra a caminhada da igreja de Jerusalém a Roma.

Embora o nome de Lucas não apareça explicitamente, há um consenso de que ele foi seu autor. 

Tanto o Evangelho de Lucas como Atos foram endereçados à mesma pessoa, ou seja, Teófilo.

Possivelmente, era um homem rico, membro da nobreza romana ou ocupava alto posto no governo. 

Atos demonstra como o evangelho tinha em mira os gentios, e não apenas os judeus. 

Este livro não tem conclusão, porque a história da igreja continua. 

Cabe a nós a tarefa de continuar a levar o evangelho até aos confins da terra. 

Nos sete capítulos iniciais de Atos, vemos o avanço da igreja em Jerusalém e toda Judeia. 

No capítulo 8, o evangelho chega a Samaria. E a partir do capítulo 9, avança para os confins da terra. 

Mais da metade do livro dedica-se a narrar as viagens missionárias de Paulo e descrever o avanço do cristianismo pelo império romano. 

Embora seja chamado de Atos dos Apóstolos, Lucas enfatiza especialmente o ministério de Pedro e Paulo.

A primeira metade do livro destaca o ministério de Pedro, e a outra metade se debruça sobre o ministério de Paulo. 

Desenvolvimento:

Nessa jornada, os apóstolos enfrentaram implacável perseguição dos judeus. 

Aqueles que deveriam ser os maiores promotores da fé cristã assumiram a posição de seus maiores inimigos.

Os judeus foram sempre os grandes opositores do evangelho. 

Algumas verdades essenciais destes versos:

1. Cristo é o centro do livro

O livro de Atos não coloca os apóstolos no centro do palco, mas o Senhor Jesus. 

O poder que transforma vidas não vem do homem, mas de Deus. 

2. Como a igreja cresce?

Atos é um manual sobre o crescimento saudável da igreja. 

Vivemos num tempo de busca desenfreada pelo crescimento numérico da igreja. 

No entanto, muitos se perdem nessa corrida. 

Buscam as fórmulas do pragmatismo em vez de recorrer aos princípios emanados do livro de Atos. 

Uma igreja saudável cresce naturalmente. 

Quando a igreja vive a doutrina apostólica, Deus acrescenta a ela, diariamente, os que vão sendo salvos. 

Se quisermos vê-la crescer, não devemos começar com os manuais modernos. 

Devemos retornar ao livro de Atos e nele buscar os princípios que levaram a igreja de Jerusalém a Roma em poucas décadas. 

3. A pesquisa não anula a assistência do Espírito.

Lc 1:3-4: “igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído”.

Lucas foi um historiador e pesquisador. O relato de Atos é fruto tanto de pesquisa quanto de testemunho ocular.

Precisamos fazer nossas pesquisas e receber o auxílio do Espírito Santo. 

4. Cristo ensinava o que fazia

At 1:1 “Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar”. 

O ministério de Jesus foi marcado pela ação e pelo ensino. 

Não foi doutrina sem dever, nem credo sem conduta. Jesus praticou o que pregou. 

5. A morte e ressurreição são fatos

At 1:3 “A estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis”.

Tanto a morte de Cristo como sua ressurreição foram fatos públicos e verificáveis. 

Sua ressurreição foi um fato histórico irrefutável. 

Ainda hoje os céticos tentam negar essa verdade central do cristianismo. 

Há dez aparições de Jesus narradas nos evangelhos e em 1Coríntios: 

At 1:4 “E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai”.

Essa espera deveria ser, com obediência irrestrita. Eles não poderiam ausentar-se de Jerusalém. 

O lugar do fracasso haveria de ser o território da vitória.

O mesmo lugar onde Cristo foi humilhado, ali deveria também ser exaltado. 

6. O batismo com o Espírito Santo

At 1:5 “Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias”.

O batismo com o Espírito Santo tem gerado discussões acaloradas. 

Muitos estudiosos acreditam que o batismo com o Espírito é uma experiência distinta da conversão.

Outros defendem que sua evidência é o falar em outras línguas.

A verdade, porém, é que o batismo com o Espírito se dá na conversão.

O novo nascimento acontece por obra exclusiva do Espírito Santo.

7. A natureza do reino

At 1:6-7 “Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel? Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade”. 

Os discípulos ainda nutriam uma expectativa de que o reino se limitasse ao governo terreno de Israel. 

Jesus corrigiu essas falsas noções a respeito da natureza, extensão e chegada do reino. 

8. Poder para testemunhar

At 1:8 “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra”. 

Jesus redireciona os olhos dos discípulos para a ação missionária. 

Em vez de conhecer tempos ou épocas, eles seriam revestidos com poder.

Esse poder é dado para que a igreja seja testemunha de Cristo até aos confins da terra. 

Conhecemos o termo “testemunha” do linguajar jurídico. 

Num processo judicial são interrogadas testemunhas.

Não lhes cabe externar sua opinião em relatar seus pensamentos. 

Uma testemunha é alguém que relata o que viu e ouviu. 

É alguém que está pronto a dar sua própria vida para testificar o que viu e ouviu. 

Para que os discípulos precisariam do revestimento de poder? 

1. Para sair do campo da especulação para o terreno da ação. 

2. Para perdoar. As antigas barreiras raciais, culturais e religiosas que os separavam dos samaritanos deveriam ser quebradas. 

O mapa traçado por Jesus incluía Samaria. 

Onde o evangelho chega, os muros de inimizade são derrubados. 

O poder do Espírito capacita a igreja a amar até mesmo seus inimigos. 

3. Para pregar até aos confins da terra. Os horizontes são ampliados. Os limites dilatados. 

4. Para morrer. A palavra testemunha significa “mártir”. 

A ascensão de Cristo, o selo da sua vitória (1.9-11)

A ascensão de Cristo foi o selo da sua vitória sobre o pecado, o mundo, o diabo e a morte. 

Sua ascensão foi visível, vitoriosa e gloriosa. 

Essa subida pública, visível e gloriosa era uma mensagem eloquente da obra consumada de Cristo. 

Ele voltará pessoalmente (1.10,11)

Com frequência demasiada, permanecemos com os olhos voltados para o céu e esquecemos que fomos postos na terra a fim de cumprir uma missão.

Não é hora de ficar olhando com saudades ou admiração enquanto Jesus se afasta. 

Tão logo vier o Espírito, começará o grande trabalho em Jerusalém. 

Jesus voltou para o céu triunfantemente, e os discípulos voltaram para Jerusalém alegremente ( Lc 24.52 ) . 

Temos que orar (1.14a)

“Todos estes perseveravam unânimes em oração …”

Aqueles 120 irmãos reunidos no cenáculo não estavam mais, como os apóstolos, trancados com medo dos judeus, porém aguardavam o revestimento de poder. 

O grupo estava perseverante na oração até que todos foram revestidos de poder. 

É na medida em que a igreja ora que ela recebe o Espírito. 

Todos os avivamentos na história foram precedidos por oração. É grande a igreja que ora! 

Os céus se fendem e Deus derrama seu Espírito! 

Conclusão:

Na verdade, não se trata de Atos dos Apóstolos, mas a ação do Espírito Santo.

O Espírito Santo continua agindo ainda hoje na sua igreja.

Talvez não da mesma maneira, mas continua agindo.

Não são mais os Apóstolos que são usados, mas eu e você.

Precisamos orar, buscar e agir com todo vigor. 

Essa tarefa agora é nossa.


 

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