Novos

6/recent/ticker-posts

Cortem-lhe a cabeça!

 

Cortem-lhe a cabeça!
Gn 44:7-9

"Então, lhe responderam: Por que diz meu senhor tais palavras? Longe estejam teus servos de praticar semelhante coisa. O dinheiro que achamos na boca dos sacos de mantimento, tornamos a trazer-te desde a terra de Canaã; como, pois, furtaríamos da casa do teu senhor prata ou ouro? Aquele dos teus servos, com quem for achado, morra; e nós ainda seremos escravos do meu senhor".

Fico admirado quando vejo o quanto nós somos rápidos em pedir a punição a pessoas que erram. O quanto nós queremos a cabeça do culpado sem, ao menos, olhar para nossos próprios pecados. 

O que nos faz apreciar tanto a exposição pública dos outros? Porque realmente queremos tanto a disciplina de pessoas que caem em pecados?

Os irmãos de José foram rápidos em se defenderem e pedir a MORTE do culpado.  Eles estavam cheios de inocência ofendida. "Por que você pensaria uma coisa dessas?" Disseram. "Devolvemos o dinheiro que achamos nos sacos da primeira vez, por que roubaríamos mais alguma coisa agora?

"Se você encontrar o copo, a pessoa que o roubou deverá morrer e o resto de nós seremos os seus servos” (Gn 44.8-9).

Interessante observar como somos todos legalistas sempre que nos sentimos inocentes. Os irmãos exigiam pena máxima para a pessoa que fizera tal ofensa.

Todos nós somos muito bons em exigir pena aos outros. O que dizer de alguém que roubou a vida do irmão e o condenou a uma vida toda de escravidão? Estamos todos prontos a condenar as pessoas que cometem pecados que, não conseguimos conceber os nossos pecados.

Sempre existem circunstâncias atenuantes no nosso caso, razões pelas quais não somos totalmente responsáveis, ou razões pelas quais a misericórdia deverá nos ser oferecida.

Nada impressionado pelos protestos de inocência dos irmãos o mordomo começou a abrir os sacos de cada um, um por um. Um sentimento arrasador deve ter se transformado em pânico profundo quando o mordomo chegou ao saco de Benjamim e encontrou ali o copo que faltava.

"Achou Deus a iniquidade de teus servos; eis que somos escravos de meu senhor, tanto nós como aquele em cuja mão se achou o copo." (Gn 44,16).

Ele se referia não somente ao copo, mas o seu pecado de tempos atrás de roubar a José. Na verdade, era o juízo de um Deus pessoal, que orquestrara os eventos a fim de fazer justiça.

A DISCIPLINA DA IGREJA

Meus irmãos! A disciplina da igreja deve ocorrer, porém, sempre com o intuito de restaurar a vida do pecador. A disciplina da igreja não foi estabelecida para punição. Esta parte é de responsabilidade exclusiva de Deus. A verdadeira disciplina é aquela que faz o culpado reconhecer o seu erro e passar a não praticá-lo mais.

A disciplina eclesiástica está estabelecida no capítulo dezoito de Mateus. Ali está a razão da disciplina. Cristo nos informa de maneira graciosa a finalidade da disciplina: "Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão".

A verdadeira disciplina busca ganhar o irmão. Será se é isto que visamos quando pedimos a disciplina de alguém? Será se visamos a restauração do culpado ou simplesmente que ele seja punido e exposto diante de todos? Se a igreja não tem ganhado seus membros com a execução da disciplina é porque algo deve estar muito errado. 

De maneira nenhuma estou pensando que não deve haver a disciplina. Não! Longe disto. A minha preocupação é que o mesmo sentimento dos irmãos de José não seja o nosso sentimento. Cortar a cabeça do pecador, sem ao menos perceber o tamanho do nosso pecado. Meu objetivo é nos fazer entender o verdadeiro sentido da disciplina. É fazer de tudo para ganharmos nossos irmãos com amor. É nos fazer entender que ganhar um irmão vale mais que o mundo inteiro. 

Por isso, antes de pedir disciplina faça as seguintes perguntas:
  1. Já fui conversar com o pecador?
  2. Já tentei ganhá-lo com a ajuda de outros irmãos?
  3. Será se estou cometendo o mesmo pecado, ou piores?
  4. Qual a motivação do seu pedido de disciplina? Punir ou restaurar?
Que Deus tenha misericórdia de nós!!!

Postar um comentário

0 Comentários