Novos

6/recent/ticker-posts

Dons do Espírito

DONS ESPIRITUAIS
João 17:17

“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”


PONTOS A PONDERAR

1. Pragmatismo. (os fins justificam os meios)

Números 20:11 “Moisés levantou a mão e feriu a rocha duas vezes com o seu bordão, e saíram muitas águas; e bebeu a congregação e os seus animais”.

“Nenhuma doutrina ou prática deve ser assimilada por causa de uma devoção impressionante, por ganhar adeptos ou seu grau de sucesso”. Walter J. Chantry.

Exemplos:

Devoção impressionante: mulçumanos e testemunhos de Jeová.

Igrejas cheias e sucesso: neopentecostais.

2. Tudo que Deus faz tem um propósito.

1 Coríntios 12:7 “A manifestação do Espírito (dons) é concedida a cada um visando a um fim proveitoso”.

1 Coríntios 14:12 “Assim, também vós, visto que desejais dons espirituais, procurai progredir, para a edificação da igreja”.

3. A busca pelo sobrenatural

Milagre = Sobrenatural ???

· Plantar um grão de milho para que ele se multiplique cinco mil vezes mais, não é menos maravilhoso que o fato de que cinco pães tenha alimentado cinco mil homens.

· Os eventos providenciais costumeiros revelam a glória de Deus, mas o pecado cegou os olhos mortais para sua percepção. (nascimento, a medicina, etc).

· (Moisés e Josué, Elias e Eliseu, Jesus e os Apóstolos).

Que prejuízos nos traz não conhecer nada sobre dons?

Comparar dois irmãos

Quais resultados nos traz o conhecimento sobre dons?

Nos livra da sensação de achar que somos piores

No velho Testamento:

José: dom de interpretar sonhos.
Moisés: realizava milagres.

Êxodo 4:5 “para que creiam que te apareceu o SENHOR, Deus de seus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó”.

O principio encontrado no Velho Testamento é que unicamente os que eram inspirados por Deus para transmitir sua palavra realizavam milagres.

Salmos 74:9 “Já não vemos os nossos sinais (símbolo), já não há profeta; nem há entre nós alguém que saiba até quando isto durará”. (revista e corrigida).

Noutras palavras, a ausência de sinais é equivalente à ausência de profeta. Quer dizer, onde ocorrem milagres, deveríamos esperar ouvir a Palavra de Deus.

Sansão que não era profeta, porém, foi instrumento de comunicação divina.

No Novo Testamento:

Os milagres de Jesus tinham a finalidade de chamar atenção para a autoridade divina de seu ensino.

João 10:37-38 “Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis; mas, se faço, e não me credes, crede nas obras; para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu estou no Pai”.

João 6:14 “Vendo, pois, os homens o sinal que Jesus fizera, disseram: Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo”.

1 Coríntios 12:12 “Pois as credenciais do apostolado foram apresentadas no meio de vós, com toda a persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculosos”.

Marcos 16:20 “E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam”.

João 7:22 “Então, Jesus lhes respondeu: Ide e anunciai a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres, anuncia-se-lhes o evangelho”.

A Bíblia também revela que os dons eram repartidos sob o ministério direto dos apóstolos. Deste modo a prática dos milagres e dons dentro da igreja servia como testemunho da autoridade profética dos apóstolos.

Atos 8:18 “Vendo, porém, Simão que, pelo fato de imporem os apóstolos as mãos, era concedido o Espírito [Santo], ofereceu-lhes dinheiro”.

As escrituras também nos falam de obras milagrosas executadas por falsos profetas. 

2 Tessalonicenses 2:9 “Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira”.

A Igreja Primitiva:

Começa(com mais força) a atuação do Espírito Santo.

João 14:26 “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”.

Atos 1:8 “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”.

João 7:39 “Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado”.

Cristo havia sido prometido, veio ao mundo e pregou o evangelho. Depois da sua morte os apóstolos tiveram uma difícil missão de mostrar ao mundo que o Cristo havia morrido por nossos pecados e Ele era o Senhor. Um período sem Cristo e sem a formação da Bíblia.

Durante este período era necessário para o estabelecimento da Igreja a atuação do Espírito Santo.

As leis e os Profetas apontavam para Cristo. Os Apóstolos pregavam o nome de Cristo. Agora a Bíblia fala de Cristo.

Antes as pessoas eram convencidas pelas manifestações de sinais e poder. Agora o Espírito Santo nos convence através da Palavra de Deus quando abre nosso entendimento.

Foram os Apóstolos que levaram os dons à Igreja e isto lhes servia de testemunho da autoridade deles. Seriam eles que escreveriam as Escrituras Sagradas.

Foi a inauguração dos últimos dias, do fim dos séculos, da última hora e do fim dos tempos. Foi a época em que o Espirito prometido foi derramado. Deus levantou os Doze e Paulo para através deles explicar e registrar estes fatos no Novo Testamento.

Era necessário, portanto, que o período mais importante da história da redenção fosse marcado por sinais, prodígios e maravilhas feitos por pessoas extraordinárias como os apóstolos e seus associados.

Era preciso deixar claro que era Deus quem estava por detrás daqueles acontecimentos e da mudança da aliança.

Precisava-se de pessoas para presidir e administrar o início da igreja (Presidir). Precisava-se de pessoas para ensinar, pois, os Apóstolos não davam conta sozinhos. Não tinha a Bíblia, por isso os pregadores precisavam de dons especiais para exortar, confortar e pregar o evangelho (ensino, profecia).

Precisava-se de pessoas que falassem outras línguas para a mensagem chegar a todos.

Pentecoste = Início oficial da pregação aos gentios

Atos 2:9-11 “Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, da Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus”? (Línguas humanas).

Os dons:

1 Pedro 4:10-11 “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém”!

· Dom de profecia

Não podemos aceitar que este dom era de caráter revelacional. Somente os Profetas e Apóstolos tinham essa competência.

O que pode existir é somente enquanto exortação, consolo, confrontação pela Palavra.

1Coríntios 14:3 “Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando”.

Atos 15:32 “Judas e Silas, que eram também profetas, consolaram os irmãos com muitos conselhos e os fortaleceram”.

Além de exortar os Profetas do Velho testamento também prediziam coisas que aconteceriam no futuro com um determinado propósito e não adivinhações.

Talvez a iluminação do Espírito Santo para uma pregação seja um bom exemplo de falar das coisas de Deus. Muitas vezes as pregações caem direitinho com nossas vidas que parecem que o Pastor fez pensando em cada um. Mas isso é algo de Deus.

John Piper conta que estava pregando e falava que você poderia trabalhar no 34º andar de um prédio e fazer um grupo de estudo da Bíblia com seus colegas de trabalho. Ao final do culto, uma mulher vai até ele e pergunta por que ele tinha falado aquilo. Ela trabalhava no 34º andar.

Zacarias 10:2 “Porque os ídolos do lar falam coisas vãs, e os adivinhos vêem mentiras, contam sonhos enganadores e oferecem consolações vazias; por isso, anda o povo como ovelhas, aflito, porque não há pastor”.

John Piper conta também que uma mulher profetizou pra ele que sua mulher que estava grávida daria luz a uma menina e morreria no parto. Ele não contou a sua esposa, não acreditou e ficou decepcionado. Algum tempo depois sua esposa deu a luz a um menino e continuou viva.

O Profeta não entrava em transe e perdia o sentido. Também sua boca não era apenas o canal onde Deus falaria. O Profeta estava sempre consciente.

Profetizar é falar debaixo da inspiração do Espírito Santo onde não anula a personalidade do Profeta. Deus tinha alguns canais que fazia isto regularmente, mas ele usava quem Ele queria.

O profeta naquela época era um pregador; um grande doutrinador que trazia à igreja uma palavra de revelação no contexto da nova aliança— isso o povo não conhecia.

O profeta pregava sem nenhum esboço neotestamentário que é usado pelo ministro de hoje que pega um texto e usa-o para a pregação e edificação do povo. Mas naquela época o pregador usava o que?

A profecia bíblica preditiva sempre estava ligada ao plano da redenção. Até Ágabo quando predisse falou a respeito diretamente do Apóstolo Paulo ou para ajuda da igreja. Não tem nada a ver com predição de casamento, cor de carro, acertar doença e adivinhações.

Ágabo profetizou por duas vezes fatos que estavam relacionados com a vida e o ministério do apóstolo Paulo, durante o período em que as Escrituras estavam sendo feitas e no qual Paulo era o principal protagonista. Parece claramente uma situação excepcional e bastante diferente do período atual da história da igreja.

Atos 11:28 “e, apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio”.

Atos 21:10 “Demorando-nos ali alguns dias, desceu da Judéia um profeta chamado Ágabo e, vindo ter conosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele os próprios pés e mãos, declarou: Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios”.

O que podemos entender é que em todo instante o Espiríto Santo guiava a vida de Paulo.

Atos 13: 2 “E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado”.

Atos 20:22-23 “E, agora, constrangido em meu espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que ali me acontecerá, senão que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações”.

Os profetas do NT não eram fonte de novas verdades doutrinárias a serem absorvidas pela Igreja e sim expositores da verdade já revelada por Jesus e pelos apóstolos.

Mateus 11:13 “Porque todos os Profetas e a Lei profetizaram até João”.

Analisando uma profecia do Novo Testamento

Lucas 1: 67-79 “Zacarias, seu pai, cheio do Espírito Santo, profetizou, dizendo: Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo, e nos suscitou plena e poderosa salvação na casa de Davi, seu servo, como prometera, desde a antiguidade, por boca dos seus santos profetas, para nos libertar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam; para usar de misericórdia com os nossos pais e lembrar-se da sua santa aliança e do juramento que fez a Abraão, o nosso pai, de conceder-nos que, livres das mãos de inimigos, o adorássemos sem temor, em santidade e justiça perante ele, todos os nossos dias. Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor, preparando-lhe os caminhos, para dar ao seu povo conhecimento da salvação, no redimi-lo dos seus pecados, graças à entranhável misericórdia de nosso Deus, pela qual nos visitará o sol nascente das alturas para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz”.

Zacarias era sacerdote. Ele apenas interpreta aquele momento que era o nascimento de seu filho João Batista. O Profeta tinha a capacidade dada pelo Espírito de interpretar a Palavra de Deus e a aplicação dela para o povo.

Ele consegue olhar para aquele momento e perceber o que estava acontecendo. Apenas quando fala que João seria Profeta ele dá um lampejo de predição do futuro.

É importante notar que João Batista foi Profeta, mas nunca predisse o futuro. Não tem nenhum registro bíblico falando sobre isto. O que ele fazia era exortar o povo como sendo boca de Deus para isso.

No final de sua profecia Zacarias simplesmente prega o evangelho na sua profecia.

Se ainda tiver dúvida: 1 Co 14:29 “Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem”.

Paulo sabia que traria muitas dúvidas e por isso precisava ser julgado.

Hoje temos a Bíblia completa e pronta para nos ensinar. Nada pode estar contrária a ela e nem ser acrescentada.

PROFETA = MENSAGEIRO

Dom de cura

1 Coríntios 12:9 “a outro, no mesmo Espírito, a fé; e a outro, no mesmo Espírito, dons de curar”.

Mateus 10:1 “Tendo chamado os seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades”.

1 Coríntios 12:12 “Pois as credenciais do apostolado foram apresentadas no meio de vós, com toda a persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculosos”.

Marcos 16:20 “E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam”.

O poder de curar estava associado à pregação do evangelho.

Em 30 anos o evangelho sai de Jerusalém e chega a Roma.

A cura não acontecia aos poucos, mas era instantânea.

Com toda certeza afirmamos que Deus ainda cura e realiza milagres. Todavia é preciso fazer a diferença entre o dom de curar e as curas que Deus faz em resposta à oração.

Aqueles que tinham o dom de curar - e parece que estava restrito aos apóstolos e seus associados - nunca falhavam. Cada vez que determinavam a cura, ela acontecia.

Não há caso registrado de alguém com dom de curar, como Paulo e Pedro, terem comandado a cura que ela não tenha acontecido. E estamos falando da cura de cegos, coxos, aleijados, surdos e mudos, muitos dos quais nem tinham fé.

E mesmo da ressurreição de mortos. Obviamente não apareceu depois dos apóstolos ninguém na história da Igreja, até os dias de hoje, com este mesmo poder.

Mesmo homens como Agostinho, Lutero, Calvino, Wesley, Whitefield, Hudson Taylor, Spurgeon, Moody e outros homens de Deus, que não podem ser acusados de não terem fé ou de serem carnais.

Após a morte de Cristo praticamente os Apóstolos e alguém associado à sua missão receberam este dom.

Atos 6:5-6 “O parecer agradou a toda a comunidade; e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. Apresentaram-nos perante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos”.

Atos 6:8 “Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo”.

Atos 8:5-7 “Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados”.

Atos 6:8 “Então, Ananias foi e, entrando na casa, impôs sobre ele as mãos, dizendo: Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, para que recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo”.

Isso não quer dizer que Deus deixou de curar depois dos apóstolos. Ele cura sim, ao responder as orações por cura quando quiser. E nem sempre ele responde positivamente.

Tiago 5:14 “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor”.

Nunca pensemos que a igreja era um hospital e que o dom de cura fora dado para que nela não houvesse doentes. Muitos servos fiéis morreram doentes e de todo tipo de doença, inclusive as chamadas incuráveis; ainda hoje é assim.

A cura tinha um propósito. Homens de Deus adoecia e não eram curados.

1 Timóteo 5:23 “Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades”.

Cristo enviou os setenta para que estes O precedessem, preparasse o caminho para uma nova mensagem, uma nova pregação, um novo tempo.

Lucas 10:8-9 “Quando entrardes numa cidade e ali vos receberem, comei do que vos for oferecido. Curai os enfermos que nela houver e anunciai-lhes: A vós outros está próximo o reino de Deus”.

Hoje não vemos mais o mar se abrindo, morto ressuscitar, uma mão ressequida ou amputada se normalizar, pessoas que possam ter esse dom sem falhar. O que vemos são igrejas dizendo que realiza milagres e curas internas, que na maioria das vezes não são comprovadas e se falhar coloca culpa na falta de fé da pessoa. Talvez alguém tenha ouvido falar, mas nunca achamos estas pessoas.

Mateus 24:24 “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos”.

Dom de língua

O falar em línguas não deve ser considerado como a evidência de batismo com o Espírito Santo, pois, nem todos falam em língua. 1 Coríntios 12:29-30 “Porventura, são todos apóstolos? Ou, todos profetas? São todos mestres? Ou, operadores de milagres? Têm todos dons de curar? Falam todos em outras línguas? Interpretam-nas todos?

Este batismo do Espírito Santo outorga poder para a vida e o serviço, maior consagração, um amor mais ativo por Cristo, por sua Palavra e pelos perdidos.

Se não for assim, terei de dizer que os reformadores e os grandes missionários da história da igreja nunca foram batizados com o Espírito Santo, pois nunca falaram em línguas. Todavia, se formos fazer uma comparação, eles fizeram mais pelo Reino de Deus do que estes que hoje insistem em dizer que as línguas são o sinal inequívoco do batismo com o Espírito Santo.

Declaração de fé - Assembleia de Deus

• 11) No batismo no Espírito Santo, conforme as Escrituras, que nos é dado por Jesus Cristo, demonstrado pela evidência física do falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7);
• 12) Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme sua soberana vontade para o que for útil (1 Co 12.1-12). Site da igreja

Ao afirmar que o dom de línguas é um sinal do batismo com o Espírito Santo, os pentecostais/carismáticos acabaram incitando e criando uma “segunda categoria” de crentes.

Línguas estranhas ou humanas (não relevantes e não conclusivas)

Todas as manifestações estavam ligadas a anunciar a verdade de Jesus Cristo, por isso que a linguagem humana é intimamente ligada ao dom de línguas e não de anjos. O que mais impressiona e comprova esta questão tão polêmica e mau resolvida é que Paulo em 1 Co 14.21 repete o que Isaías já havia dito:

Isaías 28:11 “Pelo que por lábios gaguejantes e por língua estranha falará o SENHOR a este povo.”

1 Coríntios 14:21 “Na lei está escrito: Falarei a este povo por homens de outras línguas e por lábios de outros povos, e nem assim me ouvirão, diz o Senhor”.

A conexão dos textos afirma que a linguagem estrangeira e não a angelical seria o canal de comunicação para um período onde um número muito grande de variedades de idioma estava presente na missão da igreja. Então, tudo o que vimos até aqui é que o dom de línguas era útil para os incrédulos num contexto em que a mensagem poderia ser universalizada, pois seus primeiros anunciadores na ocasião não falavam mais do que dois idiomas. Fazia-se necessário que algo extraordinário acontecesse para que etíopes, medos, gregos ou romanos pudessem compreender a anunciação das boas novas.

Falar em outras línguas (note o plural; a Escritura não está falando de algum idioma celestial) é a capacidade de pregar em idiomas estrangeiros sem ter estudado ou aprendido os mesmos (Atos 2:8-11).

Paulo claramente disse que as línguas tinham um propósito evangelístico: “as línguas são um sinal, não para aqueles que creem, mas para os incrédulos” (1 Coríntios 14:22).

Nas Escrituras não existe uma única passagem relacionada aos anjos se expressando oralmente onde não seja entendida sua linguagem pelos homens. Até mesmos os Serafins, que estão diante do trono de Deus, foram perfeitamente compreendidos pelo profeta Isaías (Is. 6:3, 7). Se fossem relacionadas às línguas dos anjos não se falaria em variedades de línguas.

Desde o tempo de Abraão, Deus tem falado para eles em Hebraico; mas agora, após a vinda de Cristo, Deus estava falando com eles em outras línguas, ou seja, as línguas dos gentios, para mostrar ao Judeu que o privilégio que eles tinham como nação chegara ao fim, pois os gentios também seriam participantes da aliança da graça.

O dom de língua vira secundário.

Este dom serviria para pregar aos outros povos num contexto, principalmente, fora da igreja.

1 Co 12:28 “A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois, operadores de milagres; depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”.

Quando se está em contexto de igreja ele se torna secundário, pois, a profecia para igreja seria mais importante. Para servir para igreja era necessário quem falasse e quem interpretasse.

1 Co 14:5 “Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas; muito mais, porém, que profetizásseis; pois quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar, para que a igreja receba edificação”.

Passagem para se dizer que trata de línguas estranhas.

1 Coríntios 14:2-4 “Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando. O que fala em outra língua a si mesmo se edifica, mas o que profetiza edifica a igreja”.

Não fala a homens porque se for língua estrangeira ninguém vai entender senão o próprio Deus e isto é um mistério para os homens.

Paulo afirma que aquele que fala em uma língua humana γλωσση (glossa) não interpretada no culto público não comunica nenhuma mensagem que tenha sentido às pessoas ali reunidas, pois elas não são capazes de entender o que está sendo dito; como consequência, não há edificação ou instrução alguma. Logo, somente Deus entende o que está sendo transmitido em outra língua.

Em Atos 2.4-11, todos os judeus estrangeiros [aqueles que residiam em outros locais onde se falava outras línguas] que estavam reunidos em Jerusalém para a festa do pentecostes compreenderam os idiomas humanos ou dialetos διαλέκτω (dialektos) que foram falados pelos apóstolos. Este não foi um milagre “auditivo” (confundiram com embriaguez), onde a multidão ali reunida foi miraculosamente capacitada a entender em sua própria língua aquelas palavras. Antes, o milagre foi realizado nos apóstolos, os quais falaram sobrenaturalmente idiomas que desconheciam.

No fenômeno moderno das falsas línguas, podemos notar que as supostas interpretações são geralmente repreensões, revelações de segredos, predições vagas do que Deus está por fazer e exortações gerais por vezes indefinidas. Uma vez que os pentecostais e neopentecostais afirmam que o que fala em línguas dirige-se a Deus, e não aos homens, as interpretações não deveriam ser uma mensagem do “homem para Deus” e não de “Deus para o homem”?! Com isso, percebemos um concomitante anacronismo em relação ao verdadeiro dom de línguas.

Esses mistérios que eram revelados aos profetas das igrejas locais do Novo Testamento se tratava da exposição verbal dos aspectos do mistério de Cristo que fora revelado aos apóstolos e, por conseguinte, registrado nas Escrituras. Comunicar os mistérios não é adivinhar os segredos das pessoas presentes no culto, através de uma suposta revelação como fazem os “profetas” modernos; antes, é simplesmente anunciar o grande mistério de Cristo.

Todavia, poderíamos interpretar que os mistérios que Paulo se refere aqui em 1 Coríntios 14 é o mistério de Cristo, embora seja empregado o plural – mistérios. A lógica dessa interpretação é que aquele que fala em línguas transmite o evangelho a Deus. Contudo, qual é o sentido disso? Nenhum!

Também devemos rejeitar a interpretação que ressalta os mistérios como sendo segredos conhecidos somente por Deus e por aqueles que falam em línguas. Não existem “crentes especiais” ou mais iluminados que possuem acesso a segredos particulares com Deus. Essa interpretação, além de ser gnóstica, é vigente em ramificações heréticas como o adventismo, mormonismo, o neopentecostalismo, entre outras. Deus não tem filhos preferidos; Ele revelou o Evangelho a todos os crentes. Outra interpretação que deve ser rejeitada é que o dom de línguas foi concedido para os crentes se comunicarem com Deus de forma mais espiritual, uma vez que falam mistérios.

Ora, o meio que Deus concedeu aos crentes para se comunicarem com Ele é a oração realizada na própria língua. Então, o que significa falar pelo espírito mistérios? Paulo está simplesmente dizendo que, quando um idioma desconhecido é falado no culto sem haver tradução, a mensagem divulgada é “misteriosa” ou incompreensível para os ouvintes.4

Calvino ratifica esta interpretação em seu Comentário Expositivo de 1 Coríntios, dizendo que o termo mistérios possui um sentido negativo, “como sendo certas expressões ininteligíveis, confusas, enigmáticas, como se Paulo tivesse escrito: ninguém entende uma só palavra do que ele [o que fala em línguas] diz”

 

Paulo fala que ao estar presente num culto público, prefere instruir os irmãos na própria língua, em vez de falar muitas palavras em línguas humanas desconhecidas para eles (vs.19). Ainda que de forma implícita, vemos aqui a preocupação de Paulo com a edificação coletiva.

No versículo 12, o apóstolo orienta os irmãos da igreja em Corinto a progredir nos dons espirituais, tendo em vista a edificação da igreja como um todo, e não a edificação pessoal do crente. Portanto, no capítulo 14, vemos orientações acerca de como deve ser o procedimento dos crentes no exercício dos seus dons no culto público.

 

Paulo não escreve nenhuma orientação sobre o uso das línguas sem interpretação no âmbito privado. Neste capítulo ele está discorrendo sobre questões relacionadas ao culto, isto é, quando alguém fala em línguas sem haver a interpretação. Logo, os continuacionistas não podem utilizar este trecho para justificar o hábito de falar em línguas em particular.

Sendo assim, a ideia de alguém edificar a si mesmo através do hábito de falar em particular uma língua estrangeira sem tradução foge do padrão estabelecido por Paulo.

A manifestação dos dons espirituais no culto deve ser inteligível para que haja a edificação de todos! Por mais que as línguas sejam espirituais, se não forem interpretadas, irão produzir o mesmo som confuso que os instrumentos musicais soam quando são tocados por leigos. É o mesmo que dizer de alguém que não sabe o toque de preparação de uma trombeta para a guerra, e como se houvesse uma conversa entre dois estrangeiros que não entendem o idioma um do outro.~

Vejamos, pois:

i. Os instrumentos musicais (vs.7)

Se uma pessoa que é leiga na música decide tocar uma flauta ou uma harpa, o som que emitirá desses instrumentos será indefinido e confuso.

ii. A trombeta (vs.8)

De modo semelhante à questão da música, se uma pessoa produzir um sonido indefinido com a trombeta, visto que desconhece o sonido que deve ser tocado, como um exército se preparará para a batalha? Haverá confusão ao invés de preparação.

iii. As conversas interpessoais (vs.9-11)

Imagine você, um brasileiro, conversando com um alemão. Ambos desconhecem a língua um do outro. Portanto, a conversa será vã, pois não houve a compreensão da mesma.

Através destas ilustrações, Paulo ensina que se alguém falar em outra língua sem interpretação no culto, a igreja não poderá ser edificada, visto que o idioma falado é incompreensível para as outras pessoas (vs.11). Para que ocorra a edificação deve haver o entendimento.

1 Coríntios 14:14-15 “Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente”. (não edifica).


O sinal miraculoso de línguas ocorreu em 3 circunstâncias no livro de Atos

Jerusalém - Atos 2:4 "Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.

Judéia e Samaria (Cesaréia) - Atos 10:46 "Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus."

Confins da Terra (Éfeso) - Atos 19:6 "E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam.

O sinal miraculoso de línguas sempre foi um sinal para os judeus que não criam que o derramamento do Espírito Santo atingisse também aos gentios e não somente aos judeus.

Atos 10:45-46 “E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo, pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus”.

Atos 11:17 “Pois, se Deus lhes concedeu o mesmo dom que a nós nos outorgou quando cremos no Senhor Jesus, quem era eu para que pudesse resistir a Deus?”

Atos 8:17 “Então, lhes impunham as mãos, e recebiam estes o Espírito Santo”.

Como em Samaria todos falavam a mesma língua (aramaico), não foi necessário derramar o dom de línguas, visto que ninguém de outra nacionalidade precisava ser evangelizado ali.
Atos 19:6 “E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam”.

Parâmetros do dom de língua:

1. Ordem

1 Coríntios 14.27 “No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete”.

A ordem exigida por Paulo dá a ideia de controle, então, alguém que tivesse o dom poderia não expressá-lo. A desordem indica que não é com certeza manifestação do Espírito Santo.

2. Intérprete

1 Coríntios 14.27 “Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus”.

Com esta ordem fica difícil acreditar em muita coisa que vemos por ai. Muitos que falam toda hora numa pregação, no louvor, como se não tivesse controle.

3. Propósito

1 Coríntios 14.19 “Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua”.

A língua deve ser entendida para edificação da igreja. Muitos que falam em língua querem se gloriar e não edificar.

Um pastor americano visitou uma igreja carismática em outro país e percebeu muitos falarem em línguas e pediu para alguém falar em inglês. Este talvez fosse um bom momento para manifestação deste dom.

Bill McCloud diz que pregava e tinha uma indiana que não falava inglês. Depois de pregar ele se surpreendeu quando a mulher entendeu tudo.

Tim Conway conta que um amigo estava em uma dessas igrejas que muitos falavam em línguas e percebeu que parecia hebraico. Chamou uma amiga que sabia hebraico e a levou para ver se reconheceria. Ela interpretou muita coisa que eles balbuciavam e viu que muitos amaldiçoavam Deus sem saber.

O Teste

Há muitos anos solicito uma prova bem simples de todos os pentecostais que querem brigar comigo: "Amigo, certamente você não se recusará fazer um teste extremamente simples, que poderá convencer a mim e a todo o mundo: Basta você fazer a gravação de uma falação de línguas, sua ou de quem você quiser, bastam 15 a 30 minutos de falação, depois me enviar 20 cópias da gravação, que eu, acompanhado de mais de 3 ou 5 testemunhas imparciais, tais como juízes e pastores bem conhecidos e respeitados por mim, visitarei de surpresa 20 "intérpretes de línguas, pentecostais" que não sabem da experiência, e eu gravarei as 20 traduções que eles farão independentemente uns dos outros, que devem ser absolutamente idênticas, e absolutamente de acordo com a Bíblia”.

“O SC/IPB-98, em sua XXXIV Reunião Ordinária, considerando: A doutrina do Batismo com Espírito Santo e sua evidência, Resolve: 1) Adotar como padrão doutrinário do SC/IPB acerca da doutrina do Batismo com Espírito Santo e sua evidência a carta pastoral denominada o “Espírito Santo hoje: dons de língua e profecia”; 2) Determinar aos seus concílios, pastores, oficiais e membros da IPB, o abaixo transcrito: a) “A doutrina do batismo com o Espírito Santo, como uma ‘Segunda benção’ distinta da conversão, não deve ser ensinada e nem propagada pelos Pastores ou Membros nas comunidades, por ser biblicamente equivocada; b) Todo ensino sobre as línguas e profecias que entende estes fenômenos como um sinal do batismo com o Espírito é contrário à Escritura, visto que a sua evidência é a regeneração-conversão”.

Será que os dons cessaram?

1 Coríntios 13:8 “O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará”.

Deus não agiu sempre da mesma maneira em todas as épocas. Há muitas ações miraculosas e sobrenaturais que ocorreram somente uma vez ou durante um tempo específico e não foram repetidas. Portanto, por princípio, devemos admitir que Deus é soberano para agir de diferentes maneiras através da história, e que dentro desta ação, ele concede diferentes dons a diferentes pessoas em diferentes épocas.

Alguns ainda apelam para 1 Co 14.2 para apoiar a ideia de que Paulo está lidando em 1 Coríntios com um fenômeno distinto de At 2.4-11. O texto afirma que “quem fala em língua, não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistério.” Porém, à luz do contexto, transparece que Paulo está se referindo ao que fala em língua, e o mesmo não é entendido ou interpretado. Para os que o ouvem, o sentido é desconhecido. Portanto, é um mistério. Este seria o efeito se alguém falasse em um idioma humano completamente desconhecido dos seus ouvintes. Neste sentido, ele fala não aos homens, mas a Deus.

Caso as línguas faladas em Corinto, ou em qualquer outra igreja neotestamentária, fossem diferentes das faladas em Atos, esperar-se-ia que o apóstolo Paulo, ou outro escritor do Novo Testamento, estabelecesse a diferença em seus escritos. O silêncio de Paulo sobre a natureza das línguas, em sua primeira carta aos Coríntios, revela que o apóstolo está assumindo que seus leitores, vivendo alguns anos após o Pentecoste, estavam a par do que ocorrera naquela ocasião. À luz do precedente estabelecido em Atos, torna-se mais natural supor que as línguas de Corinto eram, como em Atos, idiomas humanos.

Em linhas gerais os reformados creem que os dons revelacionais cessaram, mas os de ministério não. Calvino cria que o Espírito ainda estava concedendo dons à igreja, porém, entendia que os dons revelacionais e também os de milagres e curas haviam desaparecido. Os primeiros porque a Revelação estava completa em Jesus Cristo, e os últimos por causa da própria evidência do Novo Testamento que aponta para o desaparecimento deles. Calvino cria que diversos dons e ofícios eram temporários, pois tinham a função de lançar os fundamentos da igreja (Ef 2.20).

Os reformados da Confissão de Fé de Westminster que declararam que uma vez que a Escritura está completa, "cessaram aqueles antigos modos de Deus revelar sua vontade ao seu povo", complementaram isso dizendo que o critério último através do qual todas as disputas teológicas precisam ser solucionadas é a Palavra de Deus. Os reformados criam em "iluminação espiritual", ou seja, que Deus pode sim se comunicar comigo hoje de muitas maneiras. Guiando, iluminando, mandando conselhos e exemplos para ser seguidos, abrindo minha mente para entender sua palavra. Ele pode me orientar nas decisões do dia a dia, mas não fará isso independentemente da Bíblia. O meu critério é a Escritura. Por isso o termo correto é iluminação.

A razão do futuro desaparecimento dos dons é somente que “quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado” , notemos que “tudo o que é em parte (ou imperfeito) será aniquilado”, o que inclui o “conhecimento, a profecia, as línguas e o resto dos dons espirituais”.

A grande pergunta seria “o quê que é o perfeito que virá? O que Paulo quis dizer com o “o perfeito”?

Existe a necessidade hoje dos dons? Existe testemunho histórico nas igrejas reformadas?

O atributo tão importante da Escritura, como autoridade absoluta em matéria de fé e prática, tem sido colocado em cheque na medida em que se reconhece que Deus pode revelar-se de forma direta ao crente ou a uma certa elite de crentes.

O que realmente enfim torna as Escrituras necessárias?

1. A insuficiência da revelação natural

2. A cessação dos antigos modos de Deus revelar ao seu povo a sua vontade.

Uma tese é que Dons revelacionais eram temporários e cessaram, dons ministeriais continuam em ação.

ENUNCIADO DA TESE CESSACIONISTA

"Cessacionismo": assim entendida a tese que alguns dons (e seus correspondentes ministérios) descritos no Novo Testamento são ordinários e perpétuos, enquanto outros eram extraordinários e foram paulatinamente desaparecendo da vida da igreja a partir do fim da era apostólica.

DONS ORDINÁRIOS/MINISTÉRIOS

1. Pastores e mestres - Rom. 12:7; Efé. 4:11; I Tim. 3:1-7

2. Presbíteros (dom de dirigir e governo) - I Cor. 12:28; Rom. 12:8; I Tim. 5:17

3. Diáconos (dom de serviço, distribuição, misericórdia) - Rom. 12:7-8; I Tim. 3:8-13

DONS EXTRAORDINÁRIOS/MINISTÉRIOS

(I Cor. 12:28-30; Efé. 4:11)
1. Apóstolos

2. Profetas (palavra de sabedoria; de conhecimento - I Cor. 12:8)

3. Evangelistas (hoje todos devem ser)

6. Interpretação de línguas

4. Discernimento de espíritos (I Cor. 12:10) 5. Línguas

7. Operadores de milagres; curas

Walter J. Chantry diz: Quando a revelação plenamente adulta e amadurecida vier, então as revelações parciais de um estado de infância desaparecerão. Para ele quando a bíblia tivesse sido completada, então a igreja teria a revelação completa e apta para condição terrena e todas nossas necessidades.

O capítulo 13 de 1 Coríntios afirma que depois de cessarem as profecias e as línguas, a fé e a esperança permanecerão. Não haverá esperança nos céus. Logo após a finalização das escrituras, ainda a esperança permanecerá até o dia de Cristo.

Walter J. Chantry finaliza dizendo que não há necessidade e regressar às épocas anteriores. Não existe motivos para desejarmos mensagens obscuras, quando temos diante de nós a Bíblia. As línguas, as profecias, as curas, foram muito necessárias no período de formação da igreja e comprovação da autoridade Apostólica.

Uma coisa é certa: nós não vemos mais as mesmas manifestações que aconteceram no início da igreja. É preciso muito critério para aceitar qualquer coisa e dizê-la que realmente vêm de Deus. O dom serve para edificação da igreja e pregação do evangelho.

Estar cheio do Espírito Santo hoje deve significar uma vida de devoção e pregação da palavra. Tem tanta gente falando em língua e sua vida não mostra nenhuma santidade e nenhum testemunho.

Atos 4:31 “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus”.

Agostinho (354-430 d.C.): “No período primitivo, o Espírito Santo caiu sobre os que criam: e falavam em línguas que jamais haviam aprendido, “como o Espírito Santo lhes concedia que falassem”. Eram sinais adaptados a essa época. Precisava haver aquela evidencia do Espírito Santo em todas as línguas, mostrando que o evangelho de Deus havia de correr através de todas as línguas sobre toda a terra. Aquilo foi feito com evidencia e então passou”. (“Dez Homilias sobre a Primeira Epístola de João, vol, VII. Os Pais Nicenos e Pós-Nicenos, Vol. VI, 10).

Jonathan Edwards: “Os dons extraordinários foram dados para fundamentar e estabelecer a Igreja no mundo. Mas uma vez que o cânon das Escrituras foi completado e a Igreja Cristã plenamente fundada e estabelecida, esses dons extraordinários cessaram” (Caridade e Seus Frutos, pág. 29).

Charles Spurgeon: “As obras do Espírito Santo que hoje são concedidas à Igreja de Deus são em todo o sentido tão valiosas como aqueles dons milagrosos anteriores que desapareceram de nossa presença. A operação do Espírito Santo, mediante a qual se concede a vida aos homens mortos em seus pecados, não é inferior ao poder que capacitou os homens a falarem em línguas” (Púlpito do Tabernáculo Metropolitano, 1884, vol. 30, pág. 386).

Robert Dabney: “Logo que a igreja primitiva foi estabelecida já não existia a mesma necessidade de sinais sobrenaturais e Deus, que não costuma dissipar seus expedientes, as retirou. Desde então, a Igreja teria de conquistar a fé do mundo mediante seu exemplo e o ensino apenas, fortalecida pela iluminação do Espírito Santo. Finalmente, os milagres, se fossem transformados em ocorrência comum, deixariam de ser milagres e seriam considerados pelos homens como fato corriqueiro” (A Prelazia, um erro – Discussões Evangélicas e Teológicas, vol. 2, págs. 236-237)

“O maior benefício do Dom é o crescimento da igreja em número, espiritualidade e harmonia. Se assim não for, não é Dom de Deus”.

“…Se ouvisses uma voz vinda das nuvens falando contigo hoje, será que pararias para escutá-la? A verdade é que devemos ouvir a voz de Deus por meio de um ministro da sua Palavra da mesma maneira que pararíamos para ouvir o Senhor falando conosco a partir de uma nuvem. E eu te citarei um texto bíblico a esse respeito, que deves considerar a voz de Deus em sua Palavra em tão alta estima como se Deus falasse contigo do céu em voz audível a partir das nuvens. 2 Pedro 1:18: ‘Ora, esta voz, vinda do céu, nós a ouvimos quando estávamos com ele no monte santo‘. Mas presta atenção ao que está escrito no versículo 19: ‘Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la‘.

Presta atenção: ‘Esta voz, vinda do céu, nós a ouvimos‘, disse Pedro. Sim, mas ‘Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la‘. Talvez digas: ‘Eles ouviram uma voz vinda do céu? Se tivéssemos ouvido essa voz, com certeza teríamos prestado atenção a ela!’.

O apóstolo diz: ‘Vocês têm uma palavra mais segura de profecia‘. A palavra profetizar, nas Escrituras, é usada com sentido de pregar. ‘Não desprezeis as profecias‘. É como se o Espírito Santo estivesse dizendo: ‘Deves ter a mesma consideração para com a palavra de profecia como tens por qualquer voz vinda do céu‘.

Suponhamos que um anjo viesse e falasse contigo. Será que não prestarias atenção? Quaisquer pensamentos que porventura tivesses seriam dissipados, pois foi um anjo que desceu do céu para falar. Agora presta atenção ao que está em Hebreus 1.1-2: ‘Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo‘. E então no versículo 4 ele descreve seu Filho: ‘Tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles‘.

Se viesse um profeta e falasse, isso nem se compararia com o Filho de Deus vir e falar, nem com a vinda de um anjo, pois Jesus Cristo obteve mais excelente nome do que os anjos. Cristo é o ministro da sua própria Palavra. ‘Aquele que vos ouve é a mim que me ouve‘.”… [Por: Jeremiah Burroughs]

"Dano terrível tem resultado do pensamento que o testemunho do Espírito Santo seja um tipo de voz interna, sugestão, ou declaração de Deus para um homem que ele é amado, perdoado, eleito etc. Quantas emoções vigorosas, porém, falsas, resultaram dessa ilusão! Receio que multidões tenham ido para o inferno iludidas por elas.”…
Jonathan Edwards – A Genuína Experiência Espiritual – Editora PES, p.54-55

É evidente que mesmo o ofício de profeta não sendo mais necessário, a chamada foi para os mestres, pastores e outros exporem as Escrituras e transmitirem o conhecimento da verdade.Mais uma vez temos que observar que muitas vezes na história da Igreja o problema surgiu porque as pessoas pensavam que eram profetas no sentido do Novo Testamento, e que tinham recebido revelações especiais da verdade. A resposta para isso é que, na perspectiva das Escrituras do Novo Testamento, não há necessidade de verdades adicionais. Essa é uma proposição absoluta. Nós temos toda a verdade no Novo Testamento, e não temos necessidade de quaisquer outras revelações. Tudo foi dado, tudo o que é necessário para nós está disponível. Portanto, se alguém alega ter recebido uma revelação de alguma nova verdade, devemos suspeitar dele imediatamente […]. A resposta para tudo isso é que a necessidade de profetas terminou uma vez que temos o cânon do Novo Testamento. Não precisamos mais de revelações diretas da verdade; a verdade está na Bíblia. Nunca devemos separar o Espírito da Palavra. O Espírito nos fala através da Palavra, por isso, devemos sempre duvidar e consultar qualquer suposta revelação que não seja completamente consistente com a Palavra de Deus. Na verdade, a essência da sabedoria é rejeitar completamente o termo ‘revelação’, no que nos diz respeito, e só falar de ‘iluminação’. A revelação foi dada de uma vez por todas, e o que precisamos e o que pela graça de Deus podemos ter, e temos, é a iluminação do Espírito para entender a Palavra.”…
Martyn Lloyd-Jones – Exposição sobre Efésios 4:1-16. São Paulo: PES, 1994. pp. 163-166.

“…Ele falou aos pais por meio dos profetas “várias vezes e de muitas maneiras” (Hb 1:1). A expressão “várias vezes” pode ser entendida “como se referindo ao conteúdo da antiga revelação, dada em diferentes partes, e em diferentes tempos, assim convém a ideia de um gradual desenvolvimento da verdade em diferentes épocas, e por diferentes pessoas;” e o termo “diferentes modos” pode ser entendido “como indicando os vários modos em que aquelas revelações foram comunicadas, isto é, por meio de sonhos, visões, símbolos, Urim e Tumim, êxtases proféticos, e etc”. Durante a nova dispensação, Deus completou toda a revelação de sua vontade em seu Filho, e nenhuma nova revelação deveria ser esperada até o fim do mundo.”…
Robert Shaw – (An Exposition of the Westminster Confession of Faith) Chapter I. Of The Holy Scripture

“…Assim como houveram ofícios extraordinários (apóstolos e profetas) no começo da nossa dispensação, também houveram dons extraordinários; e como não houveram sucessores designados para estes ofícios extraordinários, muito menos houve a intenção de continuar esses dons extraordinários. Os dons dependiam dos ofícios. Não temos mais os apóstolos conosco, e consequentemente, também não possuímos mais os dons sobrenaturais, a comunicação dos quais constituíram parte essencial dos sinais de um apóstolo estão ausentes (2 Co 12:12).”…
Arthur Pink – The Holy Spirit – p. 179

“…Os dons que em sua própria natureza excedem a plenitude do poder de todas as nossas faculdades, essa dispensação do Espírito há muito tempo cessou, e onde quer que alguém hoje tenha a pretensão dos mesmos, tal pretensão justamente pode ser considerada como suspeita de um engano farsante.”…
John Owen – The works of John Owen vol. IV, p. 360








Postar um comentário

0 Comentários