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Batismo Infantil - O erro de deixar nossos filhos de fora



Atos 2.39: “Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar”. 

Introdução:

     Se perguntarmos a qualquer pai crente: "Quando seu filho nascer ele será crente?" A resposta com certeza será um sonoro "sim". Nenhum pai pensa na possibilidade de seu filho ir para o inferno. 

     A bíblia nos diz que se ensinarmos nossos filhos da maneira correta e nos caminhos do Senhor, eles não se desviarão. Isto é o que temos visto em todas as famílias. Pais que não se descuidam na criação, os filhos seguem a vida na igreja (raríssimas exceções). Ou seja, os pais são os grandes responsáveis (aqui na terra) pela salvação dos filhos. 

     É triste imaginar que existam pais que conseguem participar do corpo da igreja sendo que seus filhos ficam excluídos. Os pequenos são tratados como perdidos e ficam de fora da igreja. Não é isso que vemos durante toda história bíblica. A palavra de Deus nos ensina que nossos filhos são santos e participam da promessa.

     Dt 29:10-13 "Vós estais, hoje, todos perante o Senhor, vosso Deus: os cabeças de vossas tribos, vossos anciãos e os vossos oficiais, todos os homens de Israel, 11os vossos meninos, as vossas mulheres e o estrangeiro que está no meio do vosso arraial, desde o vosso rachador de lenha até ao vosso tirador de água, 12para que entres na aliança do Senhor, teu Deus, e no juramento que, hoje, o Senhor, teu Deus, faz contigo; 13para que, hoje, te estabeleça por seu povo, e ele te seja por Deus, como te tem prometido, como jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó". 

     Os credobatistas não conseguem perceber que o batismo não salva e é apenas um simbolismo. Eles não aceitam o batismo infantil por pensarem que isto interfere de alguma forma na salvação. É apenas um símbolo como era a circuncisão. A circuncisão representava a entrada na comunidade de Israel que era o povo de Deus. Não dá pra separar a nação de Israel do povo de Deus no VT. 

     Calvino diz: "Concluímos que os pais tiveram na circuncisão a mesma promessa espiritual que nos é dada agora no batismo, visto que figurava para eles a remissão dos pecados e a mortificação da carne. Além disso, como já o ensinamos, Cristo é o fundamento do batismo, em que ambas as coisas residem; e igualmente o é da circuncisão. Pois ele é o que foi prometido a Abraão, e, nele, está a benção de todas as nações (Gn 12:2). A esta graça que deve ser selada, acrescenta-se o signo da circuncisão.”…"Isto, isto certamente move Satanás a combater o pedobatismo com tantas armas; sua finalidade é que, ao ser apagado o atestado da graça de Deus, que se apresenta a nossos olhos, finalmente vá desaparecendo pouco a pouco a promessa. De onde não somente nasceria uma ímpia ingratidão para com a misericórdia de Deus, mas também certa negligência em instruir nossos filhos na religião".

O que é batismo? 

     Batismo é um sinal e selo (visível) da comunidade do pacto no NT. Circuncisão era o selo da comunidade do pacto no VT. Em outras palavras, qualquer argumento da aplicação imprópria do batismo a crianças poderia ser também uma objeção à circuncisão.

"Os infantes dos crentes não devem ser proibidos de participarem deste sacramento. Primeiro, porque, se eles são participantes de qualquer graça, é por causa do pacto da graça e assim, tanto o pacto como o primeiro selo do pacto pertencem a eles. Segundo, o pacto no qual os fiéis estão agora inclusos é claramente o mesmo pacto feito com Abraão, Romanos 4:11Gálatas 3:7-9 – e isto expressamente se aplica aos infantes. Terceiro, o pacto como agora administrado aos crentes traz uma maior e mais completa consolação, do que ele poderia trazer, antes da vinda de Cristo. Mas se ele pertence somente a eles, e não aos seus infantes, a graça de Deus e sua consolação seriam mais limitadas e mais contraídas após o aparecimento de Cristo, do que antes. Quarto, o batismo suplanta a circuncisão. Colossenses 2:11,12; ele pertence aos filhos dos crentes tanto quanto a circuncisão pertencia. Quinto, no próprio princípio da regeneração, do qual o batismo é um sinal, o homem é meramente passivo. Portanto, nenhuma ação exterior é requerida de um homem quando ele é batizado ou circuncidado (diferentemente dos outros batismos); mas somente um recebimento passivo. Os infantes são, portanto, tão capazes de participarem deste sacramento, até onde se diz respeito ao seu benefício principal, como os adultos. A fé e o arrependimento não mais constituem o pacto de Deus agora do que no tempo de Abraão, que foi o pai dos fiéis. Portanto, a ausência destes não impede as crianças de serem batizadas mais do que impediria elas de serem circuncidadas no tempo de Abraão.”… William Ames – The Marrow of Theology, p.182-183 

Alguns questionamentos? 

1. Os filhos de crentes devem ser tratados da mesma forma que os filhos dos judeus eram no Antigo Testamento? 

2. O Novo Testamento ensina uma mudança no status dos filhos dos crentes? 

3. Há continuidade ou descontinuidade na inclusão dos filhos dos crentes na nova aliança, e dessa forma nos sinais e rituais do pacto? 

4. Se nos colocarmos como judeus seguidores de Jesus do primeiro século, como teríamos reagido à alegação de que os filhos pequenos dos crentes estão excluídos do povo de Deus? 

5. Se tivesse vivido na época do Antigo Testamento, você teria aplicado o símbolo de salvação, ou circuncisão, a seu filho?

6. Qual a idade certa para batizar? 

7. Porque aceitar que criança ore (pregue) e não as batizar?

8. Podemos exigir algo que não pertence ao homem para que ele seja batizado? A fé não é do homem, é de Deus. Como exigir isso para o batismo?

9.   A salvação era diferente no VT? Alguma coisa era requerida de forma diferente para ser salvo? No VT eram batizados? Qual era o sinal visível do povo da aliança?

Argumentações

     Respondendo à pergunta: “A quem deve ser administrado o batismo?”, CFW, SEÇÃO IV. “Não só os que professam a sua fé em Cristo e obediência a Ele, a mas os filhos de pais crentes (embora só um deles o seja) devem ser batizados”. 
     O rito de ingresso na Igreja visível daquele tempo e de toda a Antiga Dispensação era a circuncisão. 

Gn 17:10-12 “Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós e a tua descendência: todo macho entre vós será circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós. O que tem oito dias será circuncidado entre vós, todo macho nas vossas gerações, tanto o escravo nascido em casa como o comprado a qualquer estrangeiro, que não for da tua estirpe”.

 
Lc 1:59 “Sucedeu que, no oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias”.


Lc 2:21 “Completados oito dias para ser circuncidado o menino, deram-lhe o nome de Jesus, como lhe chamara o anjo, antes de ser concebido”. 

     As passagens acima citadas tornam bem claro que, desde os tempos antigos, Deus determinou que as crianças, filhas de pais crentes, fizessem parte da sua Igreja visível, aqui no mundo. 

     O batismo no Novo Testamento é denominado a circuncisão de Cristo (Cl 2.11, 12). Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. 

     Em nenhuma parte do Novo Testamento encontramos qualquer passagem que exclua as crianças da Igreja de Deus. Os filhos de cristãos no Novo Testamento são chamados santos, mesmo quando somente um dos pais é crente. 

     O apóstolo Paulo declara: “Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém, agora, são santos” (1Co 7.14). 
     Samuel foi também dedicado a Deus e aceito, antes de ter nascido (1Sm 1.11 e 28). 
     O profeta Jeremias foi santificado por Deus, da mesma maneira, antes de nascer (Jr 1.5). 

Podemos, então, duvidar da regeneração infantil? E nós, pais crentes, não teremos o direito e o privilégio de dedicar os nossos filhos a Deus, antes do seu nascimento, como no passado têm feito tantos dos fiéis servos do Senhor? 

A hereditariedade de Jonathan Edwards 

     Vamos citar o que diz o professor Annett, no seu manual de psicologia, ao tratar do assunto da hereditariedade: “A mais frisante confirmação da hereditariedade é a bem conhecida comparação feita nos Estados Unidos entre os registros da família Jukes com os da de Jonathan Edwards, o grande pregador. Fez-se o estudo de 2.820 descendentes de Jukes. A grande maioria era constituída de miseráveis, de prostitutas, de degenerados fisicamente, de criminosos, de ladrões e de assassinos, que custaram ao Estado meio milhão de libras. De Jonathan Edwards descenderam 1.394 pessoas, das quais se diplomaram 1.295. Destes, 13 foram diretores de grandes colégios; 16, professores; 60, médicos; 100, ministros, missionários ou professores de teologia; 75, oficiais do exército ou da marinha; 60, proeminentes escritores e muitos outros que desfrutaram posição honrosa como jurisconsultos, senadores, prefeitos, comerciantes, etc. Nenhum foi criminoso” (Psychology for Bible Teachers, de Edward Annett, p. 93). 

 Já se vê que, em geral, os criminosos geram criminosos e os cristãos geram cristãos. 

Razões similares 

     Não temos no Novo Testamento nenhum mandamento positivo que faculte às mulheres a participação na santa ceia e, no entanto, temos boas razões bíblicas para conceder-lhes este privilégio. 

     O mesmo acontece com a guarda do domingo, que é o nosso sábado cristão. Se guardamos esse dia, é porque temos boas razoes bíblicas que justificam essa prática. 

     No caso do batismo de crianças, não havia necessidade de um mandamento especial que ordenasse essa prática, pois os discípulos já sabiam que as criancinhas faziam parte do povo de Deus e eram incluídas na Igreja visível pelo rito da circuncisão. 

     Se as crianças tivessem de ser excluídas da Igreja de Deus, então sim, seria necessário que houvesse um mandamento positivo, privando-as desse privilégio. 

O mandamento: 

Ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Como deveriam entender essa ordem, quando se tratasse das crianças, a não ser que seria do seu dever fazer como se fazia na Igreja da qual eram membros, tanto eles como o seu Mestre? 

     Quando as Escrituras exigem fé, exigem-na de pessoas capazes de exercê-la e não de criancinhas. 

     “Se alguém não quer trabalhar, não coma também” (2Ts 3.10). Seria grande absurdo deixar de dar de comer às criancinhas, por causa desse mandamento de Paulo, igualmente absurdo seria deixar de batizar as criancinhas, apenas porque para o batismo de adultos se exige a fé. 

Os pais decidem 

     Os pais decidem sobre o colégio, roupa, esporte, etc. Se decidirmos todos esses pormenores da vida dos nossos filhos, por que não deveremos orientá-los naquilo que é de suprema importância? 

     Se amamos os nossos filhinhos, devemos decidir por eles qual a religião que devem seguir. Devemos decidir como Josué: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24.15). 

     Isso não é tolher a liberdade dos nossos filhos. Não se trata de escolha, pois, não se tem escolha. Ou é Deus ou o inferno. Não se tem escolhas. As criancinhas bem-educadas no temor de Deus e bem ajuizadas compreenderão que os pais fizeram por elas sábia escolha e voluntariamente resolverão confirmar a feliz decisão dos pais. 

     A criança que nasce no Brasil, filha de pais brasileiros, é tida como brasileira, e, em virtude desse fato, os pais a registram em cartório como brasileira. Os pais, com isso, não violam a liberdade da criança. Não pensam em deixar a determinação da sua nacionalidade para a sua livre escolha aos dezoito anos. 

Deus de famílias 

     O próprio Deus determinou que os pais representassem os filhos, nos pactos que fez com o seu povo. Os filhos eram incluídos nesses pactos. Isso se verifica com Adão (Rm 5.19), com Noé (Gn 9.8-9) e com Abraão (Gn 17.7). 

     O batismo infantil tem significação correspondente àquela da circuncisão infantil. Ambos são sinais e selos do pacto que Deus fez com seu povo. Se o batismo infantil é violação da liberdade individual, também o seria a circuncisão de crianças, que foi ordenada por Deus. 

     Deus não fica esperando para ver se vamos ter fé, para depois nos chamar. Ele nos chama, quando ainda estamos mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2.1), e enquanto ainda somos incapazes de exercer fé. Tanto os adultos como as crianças são chamados e regenerados antes de exercerem a fé. 

     O ideal que encontramos nas Escrituras é receber não somente o chefe da família, mas também todos os membros. Os lares cristãos, de que temos notícia no Novo Testamento, foram santificados pela ação decisiva dos seus chefes na aceitação de Cristo como seu Salvador.

     Noé obteve graça do Senhor e, não só ele, mas toda sua família foi salva. Gn. 6:8 Porém Noé achou graça diante do Senhor.

     Na décima praga do Egito, as famílias de Israel seriam salvas desde que aspergissem o sangue do cordeiro na porta de sua casa. Ex 12:7 Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem. Quem seria o responsável por isso? É lógico que o pai de família. O chefe do lar. A atitude dele salvaria toda família.

As famílias de Atos 

     São os de Cornélio, de Lídia, do carcereiro de Filipos, de Estéfanas e de Crispo. (Atos 16.32). (1Co 1.16). (Atos 18.8). (Atos 10.44-48). (Atos 16.15). 

     Os judeus tinham o costume de criar famílias grandes, muito maiores do que as dos tempos modernos. Supondo, no entanto, que houvesse, apenas, uma média de seis pessoas para cada uma das famílias mencionadas nos Atos, como sendo batizadas, haveria um total de trinta pessoas nessas famílias. 

     As estatísticas provam que cerca de dois sétimos da população normal são compostos de crianças abaixo de dez anos de idade. Isso daria uma média de 8,5 crianças para cada trinta pessoas. A probabilidade, portanto, seria existirem, pelo menos, oito crianças de menos de dez anos de idade nas cinco famílias recebidas na Igreja apostólica. Seria muito improvável, e quase impossível, que não houvesse nenhuma criança pequena no seio das cinco famílias mencionadas no relatório de Lucas. 

Objeções 

1. As crianças não podem exercer fé. A fé vem de Deus. A escolha é antes da fundação do mundo. O princípio teria que ser aplicado à circuncisão. 


2. O batismo das crianças inconscientes é uma violação da sua liberdade de escolha pessoal. Não foi essa a visão de Josué quando disse: “Eu a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15). Não existe escolha. 


3. Não há no NT nenhum mandamento expresso para se batizar criança. Não há necessidade, pois que não há nenhum que o proíbe. 


4. O batismo não pode ser substituto da circuncisão, porque esta, era só aplicada aos do sexo masculino. As mulheres no velho pacto eram representadas pelos pais e pelos maridos. 


5. A circuncisão era apenas um distintivo de nacionalidade entre os judeus, sem significação religiosa. Esse não é o ensinamento das Escrituras como podemos testificar em Rm 4.10,11; Dt 10.16; 30.6.

 
6. Se o batismo é o sinal da recepção da criança na igreja, assim como os adultos, por que eles então não participam da Ceia? O adulto senta-se à mesa e come feijoada, a criança leite. Nem por isso, a criança deixa de ser membro da família. Uma criança não pode votar, nem por isso deixa de ser cidadã. 
7. Quando se batiza uma criança não se pode ter certeza da sua regeneração, ela pode se desviar. O mesmo pode acontecer com os adultos. Batizamos pela ordenança do pacto (Pv 22.6). 


8. Por que então, Jesus não foi batizado na infância e por que ele não batizou as crianças que vieram a ele? Primeiro, porque Jesus foi circuncidado ao oitavo dia (ato semelhante ao batismo infantil). Segundo, porque o batismo cristão ainda não havia sido instituído. 

Conclusão

Escolhendo sua religião? 

     Um relacionamento com Deus afeta também os seus filhos. Muitas pessoas dizem que querem que seus filhos sejam livres para decidir por si mesmos sobre religião. Mas a mensagem da Bíblia é que não somos livres para escolher. Esta não é uma questão de "encontrar a religião que funciona para você”. É a aliança com Deus ou consequências. 

     Quando Deus escolheu Abraão, não escolheu apenas ele; escolheu também seus filhos. Abraão deveria circuncidar seus filhos. Eles precisavam saber que não eram livres para escolher. Receberiam o sinal da aliança para mostrar que eram parte do povo da aliança. Eles pertenciam ao único Deus verdadeiro e deviam se submeter a ele. 

     A circuncisão os salvava? Não. Ismael foi circuncidado no mesmo dia que Abraão, mas não mostrou evidência de um coração renovado. Embora tivesse o sinal da aliança, não era parte do povo de Deus. 

O batismo 

     Por que batizamos nossos filhos? O batismo salvará seu filho? Não. O batismo é nosso novo selo do pacto com Deus. 

     Nosso filho não é livre para escolher seus deuses. Ele deve se entregar ao único Deus verdadeiro ou enfrentar as consequências no inferno. Pela fé, nos apegamos à declaração de Pedro em Pentecostes: "Para vós outros é a promessa [do Espírito Santo], para vossos filhos (...)" (At 2.39). 

 

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