Novos

6/recent/ticker-posts

RECONCILIAÇÃO: JOSÉ


RECONCILIAÇÃO: JOSÉ 
GÊNESIS 45:1-5 


INTRODUÇÃO
· Nos vinte anos depois que os irmãos venderam José, as coisas em casa não melhoraram. Da sua parte, Jacó continuava no jogo de escolher favoritos. 
· Ele mantinha o único irmão por parte de pai e mãe de José, Benjamim, junto a ele enquanto os outros foram ao Egito à procura de comida. 
· Ao chegarem no Egito, José reconhece seus irmãos, mas eles nãos o reconhecem. Então José os acusam de serem espiões. 
· Ironicamente responderam: "somos homens honestos". Se conhecessem a verdadeira Identidade de José, teriam sabido que essa linha de argumentação não era sua mais forte defesa. 
· O irmão que eles achavam que "não existia mais" estava ali, bem na frente deles. Claro que não era de surpreender que não o reconheceram. 
· Quando o viram pela última vez, ele estava com 17 anos. A essa altura, ele teria uns 37. José colocou-os na cadeia por três dias. 
· Nestes dias eles conversavam e reconheciam seu erro em hebraico pensando que José não entenderia. Confessaram o "provável" assassinato de José. 
· Gênesis 42:21-23 "Então, disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados, no tocante a nosso irmão, pois lhe vimos a angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos; por isso, nos vem esta ansiedade. Respondeu-lhes Rúben: Não vos disse eu: Não pequeis contra o jovem? E não me quisestes ouvir. Pois vedes aí que se requer de nós o seu sangue. Eles, porém, não sabiam que José os entendia, porque lhes falava por intérprete". 
· José chorou e pôs Simeão na cadela como refém e mandou o resto dos irmãos a caminho de casa, cheio de grãos e provisões abundantes para buscarem Benjamin. 

DESENVOLVIMENTO

· Voltaram a seu pai e contaram toda história. Aqui estavam eles, mais uma vez faltando um irmão, com uma história incrível, cheios de dinheiro vivo. 
· Jacó decidiu cortar as perdas, abandonando qualquer esperança de recuperar Simeão, e recusando-se a deixar que Benjamim fosse. 

RESTAURANDO O RELACIONAMENTO 

· O objetivo de Deus era restaurar e renovar os relacionamentos profundamente estremecidos da família, e para que isso acontecesse, José precisava ver que seus irmãos tinham mudado. 
· Temos de lembrar que a paz desta família foi despedaçada muito antes de os irmãos de José o terem vendido como escravo. 
· Em Gênesis 37.4, os irmãos nem conseguiam se cumprimentarem. Não é de se admirar que quando José foi entronizado, ele não fizera nenhum esforço de contatar sua família. 
· Pensou ter acabado com aquele doloroso capítulo de sua vida. É revelador que ele tenha dado o nome de Manassés ("Esquecido") a seu filho mais velho. 
· Queria virar a página e ir em frente, esquecido da casa de seu pai e dos sofrimentos que eles lhe tinham infligido. 
· Contudo, os planos de Deus para José e seus irmãos eram diferentes. Jacó já havia decidido que não mandaria Benjamim. Porém, a fome tornou-se mais severa, forçando Jacó rever a questão. 

O RETORNO AO EGITO 

· Assim, os irmãos retornaram para visitar o homem misterioso que governava sobre todo o Egito, desta vez levando a reboque Benjamim (Gn 43,15). 
· Mas seu tratamento ao chegar foi completamente inesperado. Foram convidados para uma refeição na casa do não reconhecido irmão. 
· Quando servida a refeição, José certificou-se de que, embora todos tivessem o bastante para comer, Benjamim recebesse cinco vezes mais que seus irmãos (43.34). 
· Ficou claro a todos qual dos irmãos era o favorito neste cenário aparentemente divinamente ordenado. Se ainda houvesse inveja e Inimizade entre os irmãos, com certeza isso o remexeria. 
· No dia seguinte, ele daria aos irmãos perfeita oportunidade de dar fim a esse não amado favorito sem atrelar a eles qualquer culpa. 
· Eles poderiam ir para casa com a comida de que necessitavam, sem o irmão que odiavam, com uma desculpa impossível de ser contestada: um copo roubado. 
· José mandou colocar seu copo nas coisas de Benjamin para o acusar de roubo. 
· Para dar credibilidade máxima à história do copo roubado, José fez com que eles bebessem e se regalassem. José precisava ver se houve realmente uma transformação nos seus irmãos. 

OS TEMORES DE JACÓ 

· Enquanto isso, o que acontecia com o Pai Jacó? Ele permaneceu sozinho em casa, esperando por notícias. 
· Quando enviou os irmãos ao Egito, seu clamor final era cheio de resignação e pena de si mesmo: "Quanto a mim, se eu perder os filhos, sem filhos ficarei" (43.14). 
· Porém, o destino que Jacó mais temia, de perder o filho amado, era a última coisa que Deus tinha em mente. Deus estava restaurando seu filho a um estado novo e muito melhor. 
· Em vez de lamentar a perda de Benjamim, Jacó receberia de volta José, como se voltasse da morte. 
· Mas primeiramente, Deus teria de quebrar o fato de Jacó manter a idolatria pelos filhos de Raquel. Essa idolatria foi evidente na sua resposta quando José desaparecera. 
· Ele não simplesmente entrou em luto, mas lamentou como quem não queria ser consolado: "Chorando, descerei a meu filho até à sepultura." (Gn 37.35). 
· Quando os irmãos sugeriram levar Benjamim ao Egito para resgatar a Simeão, a resposta de Jacó foi: "Meu filho não descerá convosco; seu irmão é morto, e ele ficou só; se lhe suceder algum desastre no caminho por onde fordes, fareis descer minhas cãs com tristeza à sepultura" (42.38). 
· Para Jacó, a vida sem José e Benjamim seria um desastre, uma existência sem esperança, sombria, sem significado ou propósito. 
· A fim de alcançar tal objetivo, Deus teve de levar dele o seu amado José, e depois a Benjamim, para que ele os recebesse de volta a ambos, purificados. 
· Jacó teve de ser deixado completamente só, privado de todos os seus filhos, a fim de mais uma vez ser forçado a confiar somente em Deus. 
· O Senhor colocou Jacó em uma situação em que teria de andar pela fé na promessa divina por muitos meses antes de rever seus filhos. 
· Ele era velho, e a jornada era longa e perigosa. Ele nada tinha para confortá-lo nessa situação exceto a simples palavra da promessa de Deus. 
· Quais são os ídolos a que você e eu nos agarramos com força, a ponto de não conseguir imaginar a vida com sentido e valor sem eles? 
· Onde você se encontra dizendo a Deus, "Dá-me isso ou não valerá a pena viver minha vida"? É um relacionamento, um emprego ou uma amizade? 
· Essa é a marca de um ídolo, e Deus, com seu gracioso ciúme, não o compartilhará com um ídolo qualquer. Ele deseja o seu coração por inteiro. 
· Como resultado, às vezes ele desgruda, em amor, os dedos que você segura tão apertado sobre aquilo que você mais ama, para que ele o devolva a você depois purificado.
 
OS LIMITES DE NOSSA IMAGINAÇÃO 

· Parecia óbvio para Jacó que a linha da promessa viria de sua união com a amada Raquel e assim, por meio de José, ou, isso falhando, Benjamin. 
· Para Jacó, sua morte significava o fim inevitável da linha da promessa abraâmica: nada mais de um Messias. Quão pouco ele entendia os caminhos de Deus! 
· A linha messiânica não passaria por Raquel. Em vez disso, Deus escolheu a mal-amada Lia como mãe de Judá, o filho de cuja linha viria o Messias. 
· Às vezes, pensamos que podemos ajudar ao Senhor realizar sua vontade. Parece que temos a certeza que aquilo que queremos é a vontade de Deus. 
· Bem, se é com tanta certeza a vontade de Deus para sua vida, você pode afrouxar os dedos um pouquinho e confiar tudo ao controle dele. 
· Na procura por esses bons propósitos, ele graciosamente o levará a situações dolorosas e desafiadoras que expõem as idolatrias do seu coração. 
· Nada deixa a pessoa sóbria mais depressa do que o som de sirenes e a visão de fortes luzes piscando. 
· Antes que os irmãos percebessem, foram pegos e parados no acostamento da estrada e investigados sobre o sumiço do copo de prata do anfitrião. 
· Eles estavam cheios de inocência ofendida. "Por que você pensaria uma coisa dessas?" Disseram. "Devolvemos o dinheiro que achamos nos sacos da primeira vez, por que roubaríamos mais alguma coisa agora? 
· Se você encontrar o copo, a pessoa que o roubou deverá morrer e o resto de nós seremos os seus servos” (Gn 44.8-9). 
· Interessante observar como somos todos legalistas sempre que nos sentimos inocentes. Os irmãos exigiam pena máxima para a pessoa que fizera tal ofensa. 
· Todos nós somos muito bons em exigir pena aos outros. O que dizer de alguém que roubou a vida do irmão e o condenou a uma vida toda de escravidão? 
· Estamos todos prontos a condenar as pessoas que cometem pecados que não conseguimos conceber os nossos pecados. 
· Sempre existem circunstâncias atenuantes no nosso caso, razões pelas quais não somos totalmente responsáveis, ou razões pelas quais a misericórdia deverá nos ser oferecida. 
· Nada impressionado pelos protestos de inocência dos irmãos o mordomo começou a abrir os sacos de cada um, um por um. 
· Um sentimento arrasador deve ter se transformado em pânico profundo quando o mordomo chegou ao saco de Benjamim e encontrou ali o copo que faltava. 
· Achou Deus a iniquidade de teus servos; eis que somos escravos de meu senhor, tanto nós como aquele em cuja mão se achou o copo." (Gn 44,16). 
· Ele se referia não somente ao copo, mas o seu pecado de tempos atrás de roubar a José. Na verdade, era o juízo de um Deus pessoal, que orquestrara os eventos a fim de fazer justiça. 

PROVIDENCIADO UM SUBSTITUTO 

· O irmão favorecido, Benjamim, ficaria no Egito como escravo, enquanto os outros irmãos iam para casa felizes, com seu pai, seus sacos mais uma vez repletos também de prata. 
· No momento crítico, Judá deu um passo para a frente e cumpriu o juramento que fizera a seu pai (Gn 43.9). 
· O irmão que de início engendrou o plano de vender José como escravo tinha dado a volta completa. 
· Ele mesmo ficaria no lugar de Benjamim porque não suportaria ver a tristeza do velho se ele perdesse também a Benjamim, como foi com José. 
· Antes, os irmãos não haviam pensado nos sentimentos de seu pai quando o venderam e mandaram para casa a sua túnica ensanguentada (37.32). 
· Mas agora, eram homens transformados, e Judá não conseguia imaginar voltar para casa sem Benjamim. 
· Não é de surpreender que José não conseguisse mais se conter. Rompeu em prantos e revelou-se aos irmãos: "Eu sou José; vive ainda meu pai?" (Gn 45.3). 
· O arrependimento dos irmãos preparou o caminho para a restauração e a reconciliação. 
· Deus apresentou a José a oportunidade de se vingar de seus irmãos. Em vez disso, arquitetou um plano complicado para a redenção deles. 
· Foi um plano de alto preço para ele, mas no final da jornada ele pode recebê-los de volta à sua presença não como escravos, mas como sua família. 

CONCLUSÃO

APRENDENDO A PERDOAR 

· Talvez você tenha cometido pecados hoje que pressionam as acusações contra você, deixando-o sentir constantemente sua sujeira e corrupção. 
· Quem se colocará à frente em nosso lugar como nosso Judá, reconciliando-nos uns aos outros e com o nosso Pai? 
· Todos pecamos contra Deus e uns contra os outros em pensamento, palavra e ação, e diariamente continuamos fazendo isso. 
· A justiça exige corretamente a morte por nossas transgressões. Mas Deus não busca simples justiça contra nós. 
· Em vez disso, ele promulga um complicado e caro plano por nossa redenção, plano este que satisfaça as reivindicações da justiça e ao mesmo tempo permite que recebamos a misericórdia. 
· Ele enviou seu único Filho, Jesus, a esse mundo de aflição e dor por nós. O amor de Jesus por nós é muito maior do que o amor de Judá por seu pai. 
· Cristo não somente teve de suportar voluntariamente a punição do pecado de outro, como também carregar essa disposição até o fim. 
· José graciosamente disse a seus irmãos: "Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós" (Gn 45.5). 


Postar um comentário

0 Comentários