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A firme esperança – José


A firme esperança – José 
Gênesis 50:24-26 

Introdução

· O capítulo 45 termina falando que Faraó ouviu dizer que os irmãos de José tinham chegado no Egito. O favor de Faraó repousava sobre José (salvou o Egito). 
· Em gratidão por Deus ter abençoado o seu reino através de José, Faraó convidou toda a família de José a viver no Egito pelo restante do tempo de escassez e prometeu "o melhor da terra". 
· Jacó estava em casa esperando notícias, enquanto esses eventos todos se desenrolavam. Como ele deveria se sentir ao ouvir o anúncio: "José ainda vive e é governador do Egito"? 
· Essa notícia era tão espantosa que, a princípio, Jacó não podia acreditar. Ele temia que sua tristeza o levasse ao túmulo, contudo, foi o choque de uma notícia boa que quase o matou. 
· Dizer que seu filho estava vivo e agora era vice-rei do Egito era algo totalmente inesperado, quase impossível de acreditar. Não fosse as carroças reais talvez ele não acreditasse. 
· Toda essa troca destaca a transformação que Deus faz nessa família outrora dilacerada. Mas havia ainda muito que não fora dito. 
· No caminho a Canaã não houve nenhuma discussão quanto à traição que fizeram contra José, provavelmente em resposta às instruções de José: "Não briguem pelo caminho" (Gn 45.24). 
· Eles haviam se arrependido; José os tinha perdoado. Acabou e estava feito. 
· Após a saída de Benjamim para o Egito, Jacó vivia sob o fio da navalha do medo, perguntando se um dia ele o veria novamente. 
· Benjamim não somente voltou em segurança, como também Jacó receberia de volta a José. Isto é um retrato maravilhoso de como Deus trata conosco. 
· Quando nos aproximamos Dele por meio de Cristo, não recebemos o que merecemos. Recebemos muito mais do que podíamos imaginar. 
· Somos perdoados de todos os nossos pecados e transgressões, adotados na família de Deus como filhos e filhas. 
· A resposta de Jacó ao anúncio da "ressurreição" de José foi marcantemente similar à resposta dos apóstolos aos relatos da ressurreição de Jesus: um misto de incredulidade e crença. 
· Nossos corações muitas vezes estão cegos à misericórdia e graça de Deus. Reclamamos sobre qualquer coisa que esteja dando errado ao invés de celebrar o que está dando certo. 
· Regularmente, eu me esqueço de quantas vezes e de quantas maneiras Deus tem me colocado em lugares aprazíveis e murmuro quanto a algumas pequenas coisas que ele não me deu. 

Desenvolvimento

· O capítulo 46 nos apresenta uma lista de nomes que saíram de Canaã para o Egito. Temos aqui a história da família de Jacó na terra prometida chegando a um fim. 
· Ao chegar no Egito vemos Faraó perguntando sobre a idade de Jacó. Ele provavelmente imaginou que fosse apenas para puxar assunto ("Como você tem passado?"). 
· Sua resposta foi: "Os dias dos anos das minhas peregrinações são cento e trinta anos; poucos e maus foram os dias dos anos da minha vida e não chegaram aos dias dos anos da vida de meus pais, nos dias das suas peregrinações." (Gn 47.9). 
· Dada a oportunidade de testemunhar sobre o poder do Senhor ao homem mais poderoso do mundo, Jacó apenas falou: "Minha vida tem sido desagradável, bruta e curta". 

JACÓ ESTAVA ERRADO 

· Ele ainda não estava morto, nem era tempo de morrer para ele. No entanto, sua morte iminente estava na cabeça já há algum tempo. 
· Quando ele viu a túnica de José manchada de sangue, ele estava certo de que morreria em profunda tristeza (Gn 37.35). 
· Quando os irmãos quiseram levar Benjamim ao Egito na segunda viagem, a preocupação de Jacó era que se algo acontecesse a seu filho nessa viagem, isso o mataria (42.38). 
· Quando Jacó ouviu dizer que José ainda vivia, ele declarou que iria até ele antes de morrer (45.28). Mesmo quando finalmente o viu, ele disse: "já posso morrer" (46.30). 
· Esse homem só pensava em morte. Porém, Jacó tinha ainda mais dezessete anos para viver na companhia de José. Era o mesmo tempo que passou com José em Canaã. 
· Parece que Jacó havia perdido a capacidade de reconhecer qualquer outra coisa que Deus tivesse dado a ele. 
· O Senhor interveio na situação de Jacó e a virou de modo dramático, embora ainda parecesse que Jacó estava determinado a definir a vida pela dor. 
· Muitas vezes somos levados também, a ver avida pelas dificuldades que passamos, aos sofrimentos e aquilo de mau que acontece conosco. 
· Talvez hoje mesmo ele nos capacite a olhar à sua volta e ver alguns sinais de seu amor por nós, o qual não merecemos. 
· Mesmo quando reconhecemos os profundos desafios de nossas vidas, ainda poderemos confessar que, na verdade, Deus nos tratou muito melhor do que merecemos. 

COMO PEREGRINOS 

· Por um lado, Jacó estava certo. Ele afirmava que sua experiência de vida aqui na terra era uma peregrinação. Houve uma mudança-chave entre a pergunta de Faraó e a resposta de Jacó. 
· Faraó perguntou: "Quantos são os dias dos anos de sua vida?" Mas Jacó respondeu, "Os dias dos anos de minha peregrinação são 130 anos" (Gn 47.8-9). 
· Jacó sabia que seu tempo sobre a terra não era sua vida; era meramente uma jornada temporária, não uma residência permanente. 
· José manda sua família para Gósen, para seguirem como pastores de ovelhas, algo que era abominação para os egípcios (Gn 47.1-4). 
· Ele não queria que eles fossem atraídos para o estilo de vida egípcio, mas que permanecessem à margem, prontos a sair quando Deus os chamasse. 
· Melhor de tudo, Gósen estava na orla oriental do Egito, convenientemente situado para quando finalmente eles fizessem seu êxodo. 
· Isso nos desafia a refletir os dias de nossas vidas. Se nosso tempo aqui na terra for tudo que existe, faz sentido que sejamos arrasados quando não conseguimos aquilo que queremos. 
· Porém, se este mundo não for nosso verdadeiro lar, mas apenas uma parada temporária na jornada para nosso lar celestial, então isso põe em perspectiva totalmente diferente. 
· Um exemplo para percebermos isto é quando se trata de viagens terrenas. Se de repente fomos forçados a buscar refúgio em um hotel barato, nós não reclamamos do nosso quarto. 
· Nós lembramos apenas que estaremos por lá só por uma ou duas noites. Aturamos quase qualquer coisa por duas noites, sabendo que depois conseguiremos voltar para casa. 
· Alternadamente, se estivermos viajando e nos é dado uma suíte cinco estrelas num hotel de luxo, podemos nos deleitar com isso e de repente não querer sair mais. 
· Assim também, este mundo não é nosso verdadeiro lar; é uma parada transitória em nossa jornada maior. Nosso tempo aqui não é o que nos define. 

ÚLTIMAS PALAVRAS 

· Em Gênesis 48 e 49, temos as últimas palavras de Jacó. Seu testamento final está cheio de fé e esperança no Deus que tem um propósito para sua vida antes e depois da sua morte. 
· Gênesis 48 abre com José levando os dois filhos diante do idoso e quase cego Jacó, para serem abençoados. 
· Embora não tivesse visto, ele mesmo, seu cumprimento, ainda acreditava apaixonadamente que a bênção prometida era importante e valia a pena ser transmitida. 
· Jacó não estava pedindo que os filhos de José se tornassem necessariamente famosos, conforme o mundo considera. 
· Pelo contrário, ele desejava que Deus os fizesse grandes na Terra Prometida, no lugar onde o Senhor escolhera colocar o seu nome. 
· Essa distinção oferece uma medida útil para nossas próprias esperanças e sonhos. Tornar-se grande na terra não é nosso objetivo. 
· Após dezessete anos de paz, com José ao seu lado, Jacó agora é capaz de fazer uma avaliação mais equilibrada de sua vida. 
· Com certeza, a sua vida foi marcada pelo sofrimento e pela tristeza, marcas que eram proeminentes nesta reflexão. 
· A morte de Raquel e a perda de José eram apenas duas das duras experiências que clamam por ser Lembradas. 
· Porém, com a maior perspectiva daqueles últimos anos felizes no Egito, Jacó pôde ver e testificar quanto ao que Deus fizera através de sua vida. 
· Assim, em Gênesis 48.15-16, ele descreve o Senhor como: O Deus em cuja presença andaram meus pais Abraão e Isaque, o Deus que me sustentou durante a minha vida até este dia, o Anjo que me tem livrado de todo mal, abençoe estes rapazes; seja neles chamado o meu nome e o nome de meus pais Abraão e Isaque; e cresçam em multidão no meio da terra. 
· Aqui Jacó destacou dois aspectos do caráter de Deus: ele é fiel, e ele é o pastor que guardará seu povo de todo mal. Nada da dor de Jacó tinha sido desperdiçado. 
· Em todos os dias da sua vida, o bom pastor o havia conduzido por caminhos certos, quer em pastos verdejantes quer pelo vale da sombra da morte. 
· É surpreendente notar que somente uma pessoa idosa poderá portar essa espécie de testemunho à fidelidade e ao poder de Deus de nos redimir do mal. 
· Foi só no fim da vida que pôde afirmá-las por experiência. Os jovens podem ter grande energia e entusiasmo. 
· Porém, necessitam sentar-se e aprender aos pés dos que, por longa, dura e, às vezes, amarga experiência, passaram a conhecer mais profundamente o caráter de nosso fiel Senhor. 

Conclusão

· No final dos filmes de Hollywood, os heróis cavalgam até o pôr do sol. No final das histórias bíblicas, os heróis morem. 
· Os heróis bíblicos, por sua vez, são homens e mulheres de fé, em busca de uma cidade que não pertence a este mundo. Para eles, uma boa morte é um final adequado a uma boa vida. 
· Jacó e José não apenas morreram bem no sentido de morrer confortavelmente em boa velhice, cercado pelos cuidados de gente que os amava. 
· Morreram bem no sentido de morrer na fé, sabedores de que sua morte não era o fim da história real de suas Vidas. 
· É por esta razão que as últimas palavras do livro de Gênesis não são palavras sobre o perdão de José, mas palavras a respeito de José ter morrido na fé. 
· O livro de Gênesis começou com um homem em um jardim, desfrutando da presença de Deus; termina com um homem em um caixão, aguardando a restauração dessa presença. 
· Esses descendentes de Abraão não mereciam a escolha de Deus nem um pouco mais que o próprio Abraão merecia: tudo foi pela graça, do começo até o fim. 
· Aqui na terra, os anos de nossa peregrinação podem ser "poucos e difíceis" ou cheios de bênçãos, como os seus últimos anos de Jacó no Egito. 
· Qualquer que seja nossa experiência neste mundo, se confiamos em Cristo, podemos ter a mesma segurança de que o Senhor será nosso Deus e sua presença estará sempre conosco. 
· Quando chegar a hora de morrermos, nós também poderemos descansar na esperança de encontrar com Cristo porque também, morreremos na fé em Deus e suas promessas. 
· Continuemos na firme esperança dos céus, reconhecendo que esta vida é passageira e vivemos como peregrinos. 

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